Uni
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Omega Triste
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Post by Uni on Jan 31, 2018 1:12:13 GMT
Adhara viu sua irmã se levantar e seguir para o templo e em questão de segundo uma Beta veio na sua linha de visão. Suas roupas diferente do que usava, era na cor de terra e embaixo da saia, uma calça estava presente. Riu baixinho e tentou esconder as pernas que estavam a mostra, quase sentindo vergonha de ter uma pessoa tão vestida ao seu lado. A Beta se aproximou e desse umas palavras, fazendo Adhara rir um pouco, pois a pessoa em sua frente claramente já tinha bebido mais que o copo que segurava. - Acho que em meio a tantas coisas ruins acontecendo, as pessoas precisam esvaziar suas mentes. Essa ocasião é ótima para isso. - Sorriu para a pessoa a sua frente e olhou para o céu. - Devem esta felizes em exaltar a Deusa ou então estão felizes por conta disso que esta no seu copo! - Comentou a ultima frase rindo um pouco, não ligando muito para formalidades. Dificilmente Betas estavam em seu ciclo social, então não sabia muito em como lidar, mas deu de ombros de qualquer forma.
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Uni
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Omega Triste
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Post by Uni on Jan 31, 2018 1:32:20 GMT
Iestai se assustou novamente com uma situação não convencional em menos de cinco minutos, provavelmente seu coração era forte o suficiente para não ter dado um ataque com dois sustos num período tão curto de tempo. -Calma! Desculpe-me por assustá-la! – Levantou a mão inconscientemente e engoliu seco. – Eu... Eu não deveria ter tirado você de um momento reflexivo... Mesmo assustada, Iestai se encolheu um pouco e olhou para baixo, como sempre fazia em brigas passadas com suas mães ou então quando algum outro Alpha gritava com ela. - Você não se lembra de mim obviamente, mas eu sou uma pessoa que costuma tocar em algumas festas que você frequenta. – Ela levemente levantou os olhos para a mulher pálida. – Sou uma admiradora sua, e musicista apenas isso. Só uma Omega que admira alguém da espécie ter chegado tão longe... Após dizer tudo isso, tentou oferecer o seu melhor sorriso, talvez conseguisse acalmar a mulher visivelmente perturbada e não atrairia atenção desnecessária de pessoas de fora, até porque, por mais que estivesse ali para se divertir, também esta a trabalho e qualquer situação fora do normal poderia chamar muita atenção e estragar alguma coisa do plano.
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Ebonee
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Post by Ebonee on Jan 31, 2018 1:35:55 GMT
"O que seria de uma festa sem fogos de artifício?" Ebonee perguntou retoricamente, afastando algumas folhas que insistiam grudar em suas vestes com o dorso da mão, aproveitando o momento para apalpar o cinto em busca do botão que daria início ao show de explosões que havia preparado especialmente para aquela noite, sentindo-se ligeiramente menos tenso ao passar o polegar de leve por cima do mesmo, como que assegurando a si próprio de que o momento estava bem mais próximo do que aparentava. "E não é como se eu fosse perder uma oportunidade dessas. Última Luz e toda a besteira desnecessária que vem junto. Vai fazer bem pra eles se desprenderem um pouco da ideia de que o templo e Bettenou são inabaláveis."
Em um movimento fluido e preciso, ele saltou do galho em que estava para outro mais próximo do local escolhido por Li-He como refúgio temporário, sentando-se de modo que as pernas balançavam livremente de um jeito infantil demais para alguém de quase trinta anos. Como se o fato de ser pequeno em estatura despertasse em si a liberdade de agir feito uma criança.
"Claro que eu não seria louco de explodir o templo propriamente dito. Mas vontade para fazê-lo não me falta."
Observou Li-He em silêncio por vários segundos, por um momento desejando ser capaz de se mostrar tão impassível quanto ela, dada a mesma situação acontecendo com um Ebonee sem sua máscara. Claro que tal pensamento só serviu para que estalasse a língua nos dentes em pura frustração, há muito tempo tendo ciência de que algo do tipo seria impossível para ele. E tão logo o som escapou de seus lábios, decidiu que bastava de pensamentos desnecessários para aquela noite. Ele tinha apenas um objetivo em mente e desviar-se dele com coisas desnecessárias não era uma opção. Suas pernas pararam de balançar.
"Um dia, quem sabe..." Ele comentou. Se para reconfortá-lo com relação ao templo ainda intacto ou sobre sua falta de habilidade social, Ebonee não tinha certeza.
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kleiner
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Omega Triste
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Post by kleiner on Jan 31, 2018 1:47:22 GMT
Retorno para esta terra onde vivi toda a minha infância, parece que estou de volta, estar aqui me faz lembrar de momentos não muito bons, mas esta atmofera me parece animadora. Confesso que estou um pouco ansioso de mais, e de que ao receber a notícia de ter que se deslocar para Messa não foi muito do meu agrado.
Este templo não é estranho para mim, por isso não me encanto mais com sua beleza, na verdade estou mais interessado no momento em que acabará o pronunciamento e sobre o que será ele. Observava várias pessoas umas dançavam, oravam e pareciam estar se divertindo todas incrivelmente belas. Apesar de ter sido aconselhado a se misturar preferia observar tranquilamente as atitudes e ações das pessoas que estavam ali, esperando que seus pais não estivessem ali também, apesar de saber que era muito pouco provável, seus pais odiavam tudo que fosse ligado aos omegas, jamais sairiam para homenagea-los.
Vestindo roxo, como a maioria dos alphas que estava ali, trajava uma roupa comum com um casaco que cobria seus ombros, uma calça e um cinto grosso onde escondia sua máscara que estava pronta para quando o caos começasse, assim como uma arma de fogo que estava atrelada ao seu corpo, esperava não ter que usa-lá, mas faria tudo por esta revolução, sabia que a deusa também não deveria estar feliz com tudo que está acontecendo em Edom, mas todo o mal que for realizado por nós da insurgência será feito para o bem maior de toda nossa sociedade.
Ao menos era isso que o pensamento interno de Kleiner repetia sem parar em sua mente.
Foi até a mesa de bebidas e se serviu de vinho, precisava de um pouco de bebida para se sentir menos sério e curti um pouco mais essa celebração.
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mare
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Post by mare on Jan 31, 2018 1:50:05 GMT
Impossível se torna disfarçar o fato de que é pego de surpresa, como se os pensamentos conflitantes houvessem sido amplificados num megafone por um segundo. A surpresa é sutil, mas presente; os olhos cobertos por lentes de contato correm em direção à voz, a respiração interrompida pela metade. Escapado do sobressalto, a postura endireita-se, e Genesis abre a boca para começar a explicar sua situação, mas ao cruzar olhares com o homem, calou-se por um breve momento.
Então, diz, "—eu sou médico. Se algo acontecer e eu não estiver atento para o socorro, o que farei?" Abriu um sorriso ao brincar, olhando rapidamente para as joias no topo da cabeça do outro, cuja aparência remetia à sua, de certo modo, e franziu o cenho levemente. Nenhum Infiltrado obtinha previamente o perfil de outros, mas Genesis não tinha dúvidas, nesse caso específico.
Continuou, em tom bem mais baixo: "Sou de todo culpável? A situação inteira me é preocupante. O que pensas à respeito?" A situação havia sido deveras oportuna, tendo um companheiro com o qual trocar ideias em segredo, talvez passasse despercebido por vigilantes. Sua atenção é brevemente capturada por uma cena a desenrolar à frente do templo, envolvendo uma moça alta de expressão assustada, e uma outra que a havia abordado. "Infelizmente, não sou o único desassossegado esta noite." comentou, assinalando discretamente com a cabeça naquela direção.
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karanarchelaos
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Post by karanarchelaos on Jan 31, 2018 2:02:37 GMT
Ficou um pouco surpresa pela Alpha parecer querer esconder parte da pele, quando só a presença dela era imponente e graciosa por si só. Nunca pensaria que estava mais ou menos vulgar do que deveria. Ela parecia também bem mais apta a socializar que algumas que conhecera por aí, o que deixava a Beta com ainda mais vontade de rir. Claro que todos não seriam iguais. Nem Alphas, nem Betas, nem Omegas, com a própria Insurgência estando ali de prova. Balançou a cabeça em negativa com o pensamento, deixando uma risada escapar.
— É verdade, é verdade. Seja qual for a razão, é bom comemorar, não é? Fico feliz de tirar um tempo pra mim e pra meus pais. — Com um sorriso, olhou pro próprio copo, em vez de pra face da outra, por alguns segundos, antes de voltar-se a ela. — Do que mais gosta, no festival?
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Uni
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Omega Triste
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Post by Uni on Jan 31, 2018 2:16:35 GMT
A menina suspirou, tentando digerir a pergunta. “Do que mais gosta, no festival?” Adhara so estava feliz por ver a sua irmã, de resto, pouco lhe importava. Aquela Deusa não lhe representava; aquelas pessoas sorrindo, não lhe representava; aqueles sorrisos falsos não lhe representavam, porém uma resposta dessa serial totalmente inapropriada e por um segundo desejou beber o que a Beta tinha em sua taça. Por fim, deixou suas mãos caírem sobre suas pernas e olhou para onde a irmã tinha seguido. - Gosto de observar as pessoas. Acho que pode ser isso. Onde vivo, dificilmente tenho contato com pessoas tão diferentes de mim e isso acaba sendo... – ela parou um minuto tentando procurar a palavra certa – Parece que estou em uma sala com vários clones, visualmente falando, claro. A jovem deu de ombros e olho novamente para a Beta em sua frente. - Mas e você? Do que mais esta gostando do festival? Alem da bebida é claro. – Comentou com um sorriso travesso.
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ëssádica
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ALPHA BOM É ALPHA MORTO
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Post by ëssádica on Jan 31, 2018 2:27:50 GMT
A omega lentamente acalmou-se, concentrando-se na voz hesitante e leve da mulher à sua frente, permitindo-se um momento para se recuperar; deixar o zumbido em seus ouvidos morrerem, esperar as luzes ofuscantes e cores psicodélicas se juntarem em imagens nítidas. Um sorriso hesitante lhe tomou a face enquanto Gautier processava suas palavras, sua boca subitamente seca e lições sobre etiqueta social completamente esquecidas - Seu antigo professor provavelmente a esganaria se tivesse a chance.
— Perdoe-me- — Ela começou, interrompendo-se com um riso ansioso, juntando as mãos e brincando com o anel de madeira que trazia em seu anelar esquerdo. — Os nervos estão altos hoje, não? — Só então ela se permitiu encarar a pessoa à sua frente, uma mulher - Omega, como ela. Seu rosto lhe pareceu vagamente familiar, sim, como se a tivesse visto uma vez em um mar de pessoas, uma memória ofuscada.
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nehaamrita
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Post by nehaamrita on Jan 31, 2018 3:24:33 GMT
Se cansou rápido de olhar aquela tela, feita por uma Omega concentrada. Embora ainda se encantasse com a técnica, a motivação por trás da mesma ainda era o suficiente para o deixar ainda mais ansioso para o que estava por vir; algo que estava evitando. Tendo que vestir roupas leves pra não chamar tanta atenção, sequer podia andar com as facas que costumava usar em missões, sendo elas bem maiores do que as que agora carregava por baixo da calça e por dentro de um dos sapatos. De um modo, claro, seguro pra que não se ferisse com as armas, mesmo que o sangue provavelmente se mesclasse à coloração das roupas.
Passeou por mais algum tempo após divergir, vendo uma dança particularmente elaborada e com um ar mais tradicional, feita por um trio de Omegas. Algo para cultuar Bettenou, como diversas formas de entretenimento, ali. Embora gostasse da energia que vinha com toda aquela arte, também não ajudava na sensação de querer que o sinal fosse dado logo. Apreciava toda a expressividade em volta, mas era cada vez mais óbvio o que elas representavam. No primeiro festival desde que se juntara à rebelião, podia finalmente ter um olhar crítico. Infelizmente, não de um jeito tão aberto.
Então, se afastou um pouco da multidão, indo para onde algumas árvores afastadas adornavam um local mais relaxado, em um ponto minimamente mais elevado que o resto do festival. Era engraçado como mesmo tendo o ódio crescente pela deusa, não deixava de admirar a natureza. Só não atribuía tudo a ela, mais. Não achava que um ser divino que separasse os humanos tanto e os fizesse sofrer poderia ser responsável por tanta harmonia.
Naquele ambiente, teve sorte de encontrar um rosto da Insurgência. Ela estava voltada pra árvore, então...?
Olhando pra cima, visualizou uma forma em cima das árvores. Com a iluminação vinda do festival, e especialmente com Li-He também presente, tinha alguma segurança de que havia uma máscara de coelho conhecida ali. Apoiou as costas na árvore, voltando os orbes azulados outra vez pra mistura de cores do festival. O som chegava neles, e embora até Neha conseguisse se divertir enquanto fingia que não deveria estar fazendo nada além daquilo, ficava mais tranquilo afastado do que no meio das pessoas.
— Quanto falta?
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karanarchelaos
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Post by karanarchelaos on Jan 31, 2018 3:44:29 GMT
Ficava naturalmente curiosa com a Alpha falando de forma tão concisa sobre algo que a afligia. Se era raro serem tão sociais, era mais ainda demonstrarem fraqueza. Também vinha uma curiosidade em Karan que a fazia querer questioná-la. De onde vinha? Por que as pessoas eram tão diferentes dela? Mas sabia que era falta de educação, e conteve com sucesso o impulso - patrocinado pelo álcool - que quase a fez perguntar.
Levantando-se de onde estava, sorriu mais abertamente. Ainda estava impressionada, mas falava ainda mais confortável do que quando iniciara a conversa. — Ah, a bebida é ótima mesmo. Você gosta? — Riu-se outra vez, antes de continuar. — Pra mim é uma chance de me reunir com a família, já que quase não os vejo mais. Gosto de como todos se divertem, mas... Observar pessoas não é bem minha praia. Prefiro bichos. — Não havia trazido o próprio hamster mecânico, por medo de perdê-lo, e sentiu falta dele por um segundo. — Gosto de toda a celebração, também. Às vezes não faz mal agradecer pelo que temos.
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Post by Li-He Zheijián on Jan 31, 2018 14:41:42 GMT
Escutava as palavras do Coelho, ainda calma. Era notável que um pouco de raiva -no mínimo- estava muito bem guardada dentro daquele traje. Não era menos do que esperado, afinal de contas, também guardo as minhas. Ao ver os comentários sobre o templo e o olhar incessante para mim, tento mudar de assunto repentinamente. "Então, que locais seria bom eu manter uma certa distância?" Dizia, olhando por baixo do galho para a praça e a imensidão de gente. Com certeza explodir todos não era a solução, muitos eram inocentes, vítimas de um pensamento social que nos encaixa no lugar onde eles precisam. Pena -para eles- que nessa noite, nós escolheremos onde vamos ficar. Ao notar alguém se aproximando e fazendo a pergunta do tempo. Abria agora o leque em minha mão esquerda. O qual era Vermelho, com o desenho da flor em preto, e tinha algumas pontas de metal. Já o mirava na direção da voz, fria e rápida. Ao notar que era Neha, guardava-o rapidamente para não chamar muita atenção com as cores vibrantes. "Tenha paciência, Marte dará um sinal bem visível quando for a hora" Dizia, um tanto seca, por conta do susto.
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caterinne
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Omega Triste
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Post by caterinne on Jan 31, 2018 16:52:08 GMT
Ansiosa para este dia a animação dela não poderia ser medida! Vestia um top com pequenos detalhes prateados, e uma saia aberta no meio, seu cabelo estava penteado no estilo coque, com fios ruivos escapando dando um toque casual, no entanto moderno, recebia olhares indiscretos em sua direção, mas pouco ligava na verdade adorava os olhares que recebia. Veio com alguns colegas para essa celebração, e se dirigiu com eles para o Templo.
Pelas poucas vezes que ela tinha estado no Grande Templo se encantava como se fosse a primeira vez que estava neste local, olhava deslumbrada para as luzes do local e com a quantidade de pessoas que ali estavam. Ainda fora do templo podia notar que todos estavam ansiosos para o pronunciamento do Alto Sacerdote Omega Ahriat, sendo ele uma das suas maiores inspirações, queria que ele aparecesse logo, parece que a meia noite está virando uma eternidade, dirigiu-se até o Templo, observando que vários outras pessoas também agradeciam a deusa, se ajoelhando a garota começou a sua reza:
— Obrigada por este ano Bettenou, que o amanhã possa ser ainda melhor do que agora! Caterinne passou um bom tempo recordando as coisas ruins e boas que lhe aconteceram e agradeceu a Deusa por dar a ela a oportunidade de mais uma vez estar nesse lugar, e por tudo que ela criou.
Se levantou e foi em busca de algo para beber, pegou um ponche e se dirigiu até o grande pátio ficando bem próximo ao púlpito pois queria admirar a beleza do Alto Sacerdote Omega Ahriat bem de perto.
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Uni
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Omega Triste
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Post by Uni on Jan 31, 2018 16:56:51 GMT
Istai viu a aura da mulher de assustada ir para elegante aos poucos, entretanto, um olhar rápido para suas mãos viu o quão inquieta Gautier estava. Não a culpava, ela mesma estava tão nervosa quanto, porém diferente da mulher pálida a sua frente, conseguia esconder toda a inquietação atrás de um sorriso amigável e palavras calorosas. A jovem engoliu quase seco, voltando a sua postura normal, pois, mesmo que aquela Omega tivesse um espaço entre Alphas, ainda eram da mesma classe. - Sim... – Ela voltou a encarar a estatua, mas agora sem nenhum pingo de admiração, seus olhos praticamente lançavam raiva para a imagem a sua frente – Talvez seja pela data de hoje ou então pelos últimos acontecimentos. – Deu de ombros e voltou a sua expressão normal, voltando a olhar para a mulher alta a sua frente – Novamente, peço perdão por chegar tão sorrateiramente, não foi a minha intenção.
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Uni
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Omega Triste
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Post by Uni on Jan 31, 2018 17:13:31 GMT
A Alpha ouviu tudo com brilho nos olhos, principalmente a parte que se referia a animais. Ao ouvir as palavras da Beta, sorriu com ela (uma atitude que suas mães desaprovariam caso vissem, mas não estavam por perto). - Eu acho interessante observar as pessoas, - respondeu olhando novamente para as pessoas que passavam a sua frente. – sabe, como se comportam, se vestem, se são naturais ou modificadas e como ficam muitas vezes animadas com datas como essas. Mas também gosto de animais, – voltou a olhar para a Beta, que agora estava em pé – eu ganhei um rato da minha irmã há alguns anos atrás. Está em casa claro, não o traria para um lugar com tanta gente reunida e sobre a bebida, nunca tomei. O que era verdade, Adhara nunca tinha colocado uma gota sequer de álcool nos lábios, porém havia uma curiosidade em saber sobre o gosto que possuía, mas não era algo de prioridade em sua vida. - Onde estão meus modos? – Riu nervosamente. – Qual seu nome?
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Post by Beico on Jan 31, 2018 22:58:31 GMT
Ahriat estava com medo.
De nada — de tudo. Ele sabia lidar com multidões. Já havia feito discursos antes. E, mesmo assim, algo em seu peito dizia que não seria o suficiente. Que suas palavras gentis, jogadas ao vento, não passariam de tolas sílabas melódicas.
Ele queria que suas palavras tivessem algum significado. Que pudessem acalmar as almas atormentadas, inspirar os esperançosos e trazer de volta aqueles que, por algum infortúnio, haviam deixado de ter Fé. Ele queria impedir que tudo fosse em vão. Queria salvar todas, todas aquelas pessoas. Só não sabia do quê — ou de quem. Pois algo lhe dizia que aquela noite seria apenas o começo do fim.
Dentro do templo, Ahriat orava ao lado de Eos e Imilia. Era a última noite de Luzes e, como tal, a de maiores homenagens e agradecimentos à deusa. O coração disparado no peito e a respiração curta eram difíceis de disfarçar e, por mais que tentasse, não conseguia se convencer de que eram devidos à animação e às festas — e ele sabia que Eos havia percebido. Eos sempre percebia.
Com o fim das preces, vieram as músicas e as danças, mas nem isso conseguiu tranquilizá-lo. Mesmo os movimentos animados, o sorriso de Eos e o mármore sob seus pés não eram o suficiente para fazê-lo se acalmar; pois os movimentos eram tensos, Eos era duro e o mármore era frio. Ahriat nunca pensou que fosse se sentir tão preso dentro do templo que outrora lhe trouxera apenas paz.
Enfim, os relógios bateram meia-noite e ele soube que sua hora havia chegado. Com passos leves e lentos que disfarçavam sua hesitação, desfilou com seu Alpha para fora do templo, até seu lugar no Pátio das Flores. Eos segurava sua mão com ternura e despediu-se com um beijo na têmpora antes de deixá-lo ir.
— Vai dar tudo certo. Você está incrível, meu amor.
E Ahriat sabia que não deveria. Sabia que Eos estava apenas brincando com ele. Que sentir o coração levitar faria dele ainda mais estúpido. Mas ele ainda se deleitava na maciez daqueles lábios. E ainda se reconfortava no calor daquelas palavras, murmuradas só para ele, para seus ouvidos e apenas os dele. Ele ainda se deixava levar, e cada palavra de amor e cada toque de dor rasgava-lhe cada vez mais o espírito.
Ahriat sabia que não deveria. Mas ele sorriu. Brilhante como as estrelas, precioso como suas joias.
Subiu ao pequeno palco, atentando-se para não danificar nenhum centímetro de suas vestes. E, talvez, aquelas realmente fossem suas melhores. Não que estivesse vestindo muita coisa — nunca vestia. Apenas uma saia dourada amarrada na cintura fazia o trabalho de cobrir-lhe as pernas até o tornozelo, a abundância de panos e camadas do lado esquerdo compensando a falta na abertura do lado direito. Uma infinidade de rubis prendia-se ao tecido, como numa chuva de pedras preciosas. Nas pernas, correntes de ouro caíam das coxas à ponta dos dedos, mais rubis adornando o peito dos pés. Nos ombros, nada mais que um véu vermelho e translúcido que teimava em cair para os cotovelos, brilhando dourado. E mais joias, joias, tantas joias, todas rubis do mais intenso carmesim. Das argolas áuricas que circundavam o pescoço, caíam finos elos sobre o peito, em cordões que contornavam as costelas, os braços e os pulsos, até juntarem-se aos vários anéis sobre os dedos — sempre com seus rubis dependurando-se das extremidades.
Mas do que Ahriat mais gostava eram as flores. Um belíssimo buquê de lírios dourados sobre sua cabeça, com mais e mais correntes ao redor de seus cabelos para prendê-las no lugar. Eram lindas, e faziam-no sentir como se também fosse. E ele gostava daquele pequeno detalhe — das pequeninas gotas de orvalho presas às pétalas, que ele imaginava, em vez disso, como um choro silencioso de lágrimas vermelhas.
Ahriat estava lindo, ele sabia. O mais belo dos Omegas, o símbolo vivo de seu grupo e de tudo aquilo que a Deusa havia criado. E, mesmo assim, ao encarar toda aquela multidão que esperava ansiosa por suas palavras, não conseguia deixar de sentir-se o mais completo traste.
— Irmãs. Irmãos — começou, a voz ecoando pelo pátio e pelos alto-falantes espalhados por toda a cidade. — ëssaht.
Ao ouvir todas aquelas vozes — todas aquelas almas — ecoarem de volta a bênção, o coração de Ahriat pareceu finalmente se acalmar. A brisa perfumada fê-lo flutuar pelo mais breve e imperceptível momento, e ele soube que a Deusa estava com ele. ëssaht, realmente.
— Muito obrigado a todos vocês por estarem aqui. Por continuarem firmes durante esse tempo de dúvida, por perseverarem em meio a tanto caos. Vocês não desistiram da Deusa. E saibam que ela jamais desistirá de vocês.
Fez uma pausa, fechando os olhos por um instante com um pequeno sorriso. Sentindo-se agora mais confiante, a brisa sacudindo seus cabelos negros e trazendo consigo as pétalas das flores, Ahriat endireitou a postura e continuou:
— Durante o ano que se passou, sabemos que não houve notícia maior que a autointitulada Insurgência Omega. Foram tempos difíceis, de medo, de dor, mas que, assim como essa última luz que deixamos para trás na noite de hoje, estamos prontos para deixar no passado. E eu sei. Eu sei que a vida de um Omega pode ser difícil — confessou, deixando-se levar pelas luzes, pelas estrelas. Encarando a multidão com olhos firmes, era como se falasse diretamente com os Insurgentes. Como se almejasse atingir ninguém mais que eles. — Eu sei.
Sua voz era calma e suave como em todas as outras ocasiões; dessa vez, porém, havia uma fragilidade escondida permeando cada letra. Naquele momento, Ahriat se deixara livrar de todas as armaduras — e, agora, não era mais o Alto Sacerdote Omega ou alguém com alguma importância. Era só ele. Só Ahri.
— Mas não é isso o que faz a beleza da vida? Todos nós já caímos. Todos nós já fomos empurrados ao chão. Mas é por isso que a Deusa nos fez tão fortes. Para que possamos nos erguer novamente. Para que com nossas próprias mãos possamos tocar aquilo que nos machuca: e transformá-lo em arte.
Respirou fundo. Estava tomando tempo demais e sabia que deveria terminar em breve.
— Por favor, todos vocês — pediu, voltando a dirigir-se para todas as pessoas que lhe assistiam, pessoalmente ou não. — Vamos dar um fim a essa guerra. Somos irmãos, todos nós, o corpo de Bettenou dividido em almas tão belas. Alpha, Beta, Omega: somos, sim, todos tão diferentes. E não é isso que nos torna únicos? Não é isso que torna cada vida tão especial? Por favor, esqueçamos as lutas e as mortes. Esqueçamos a violência e o medo. A Deusa nos ama, e ela perdoa a todos nós. Não há por que lutar. Todos nós podemos fazer a diferença. Todos nós podemos mudar o mundo. Só nos falta a coragem e o amor para saber como.
Uma pausa, um último suspiro. No pátio, talvez mesmo em toda a cidade, o único som era o do respirar das árvores e o do canto dos insetos.
— Que o ano que nos aguarda seja repleto de paz e felicidade. Que as estrelas iluminem nosso caminho, e que a Deusa guie nossos passos. ëssaht.
Com isso, Ahriat virou-se enquanto a multidão vibrava e aplaudia. Logo atrás dele, Eos esperava-o para ajudá-lo a descer, estendendo-lhe a mão com um sorriso tão brilhante quanto a própria lua. Radiante, Ahriat espelhou-o e pegou-lhe a mão.
E foi então que Marte deu o sinal.
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