row trovick
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Omega Triste
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Post by row trovick on Jul 15, 2018 2:32:01 GMT
ROW TROVICK "A PROSTITUTA DE IALANA" ▮▮▮▮▮▮▮▮▮▮▮▮▮▮▮▮▮ 28 ANOS | REBELDE | ÔMEGA LOCAL: MESSA — TEMPLO | CIRCUNSTÂNCIA: OBSERVANDO — BEBENDO ━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━
❝Os comes e bebes estavam liberados e a música nos ouvidos de Trovick era uma promessa aos rebeldes daquela noite.❞
— Relatos de um novo mundo, Row Trovick
━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━ Olhos vinham em sua direção como raios. Os urubus estavam por toda parte, em geral, possuíam cabelos longos das mais diversas cores, e cheiros distintos que iam entre doces aos mais provocativos que ele já tivera a oportunidade de sentir no pescoço de uma mulher. Era comum que isso acontecesse. Row Trovick era a "Prostituta de Ialana" e boa parte das mulheres que passavam por lá tinham a oportunidade de se aventurar em sua cama no prostíbulo, por tanto, muitas já o conheciam. Mas isso fazia tanto tempo. Tempo o bastante desde que ele começara a limitar suas escolhas de mulheres a apenas aquelas que tinham, de alguma forma, alguma ligação com aqueles a quem ele ansiava atingir. Fazia tempo desde que sua vida tivera tomada aquela guinada exaustiva que era se dedicar aos interesses da insurgência. Somente. A um ponto que muita das vezes esquecia-se das próprias necessidades. Das próprias vontades.
Row andava com uma segurança quase inabalável. O sorriso dos branquidos dentes que trazia nos lábios sempre era um convite silencioso a qualquer mulher que quisesse se aventurar. Mas não naquela noite. Naquela noite seu sorriso era sincero e os olhos de um azul gélido e intenso brilhavam de maneira quase infantil.
Ele estava animado.
E fazia muito tempo que Row não sentia o corpo tão enérgico como naquela noite. A música que acariciava sua alma fazia-o dançar e o copo de bebida que trazia em suas mãos era bebericado vez ou outra, quando não estava lançando olhares furtivos para todos os lados em busca do prêmio que viera caçar; em busca do prêmio que todos os insurgentes daquela noite vieram revindicar.
O homem de quase um metro e noventa de altura era difícil de passar despercebido. O corpo musculoso não condizia consigo. Era um ômega, mas parte de sua alma e corpo era tão Alpha quanto certamente tivera sido seu genitor. Seus dedos escorregavam entre uma ou outra cintura fina que ele encontrava no caminho; convidava as damas para dançar, ria, brincava. As conversas não duravam mais que um minuto no entanto, sua felicidade era sincera, mas não se destinava a nenhuma bela moça que ocupava as ruas daquela noite.
Sua felicidade era fruto de sua missão.
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Zayn
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Post by Zayn on Jul 15, 2018 3:12:34 GMT
━━━━━ INTERAÇÃO: L'HORTENSIA LEA. ━━━━━ Zayn Bellerose 34 ANOS | ÔMEGA | NEUTRO
━━━━━As mesas eram incrivelmente fartas, repletas das comidas mais variadas que nem mesmo Zayn conseguia identificar. Indeciso, o moreno levou a mão direta até o queixo, apoiando o cotovelo em seu braço esquerdo. Eram muitas opções, e por um instante teve o desejo o mesmo desejo de uma criança ao avistar um monte de doces, comeria de tudo um pouco. O pensamento lhe fez sorrir espontaneamente.
━━━━━━ Isso parece ótimo, não? ━ A voz tão próxima lhe puxou dos pensamentos de uma só vez, pregando-lhe um susto leve. O moreno virou na direção da voz, deparando-se com uma figura estranha que o presenteava com um sorriso. Zayn educadamente retribuiu o sorriso. ━ Me perdoe, eu estava... distraído, eu acho... ━ Meio desnorteado, sem saber como se explicar, perguntando-se internamente o porque de estar se explicando e o que explicava afinal. Balançou a cabeça em movimentos rápidos e quase imperceptíveis, fechando os olhos e abrindo-os logo em seguida. ━ De fato, parece ótimo. Na verdade, tudo parece ótimo. Você não acha? ━ Respondeu, permitindo-se continuar o assunto fazendo a mesma pergunta. ━ Muito prazer, sou Zayn. ━ Apresentou-se, abaixando a cabeça levemente de modo cortês. Será que as pessoas ainda apresentavam-se de tal forma? Bem, era um gosto seu, algo que já estava habituado, e preferia assim de qualquer forma. ━ Posso perguntar seu nome? ━ Ergueu a cabeça, agora curioso a respeito da pessoa à sua frente.
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L
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Post by L on Jul 15, 2018 6:01:38 GMT
L'Hortensia Lea. 18 y.o ━ Alpha ━ Neutra Interação - Zayn | Enquanto mastigava o que antes era uma bolinha de massa recheada com queijo, prestava atenção ao rapaz. ━ Não se preocupe. ━ Observava as expressões e gestos do homem á sua frente, que parecia um pouco confuso com a situação. Hortensia mostrou novamente um sorriso, e virou-se para pegar mais alguns petiscos da mesa, e teve sua atenção mais uma vez voltava para o homem que concordava com a sua pergunta, lhe fazendo-a novamente. ━ Sim. Eu estou até decidindo se paro por aqui ou não. ━ Colocou a mão próximo a boca, enquanto ria. De fato, tinha muita coisa a ser consumido e tudo parecia maravilhoso.
Metia mais uma bolinha de queijo na boca, e discretamente ela olhava para todas as mesas próximas, certificando-se da quantidade de comida que havia no local e sem mais demora, o homem curvou-se minimamente e apresentou-se como Zayn. Ao se deparar com a cena, Hortensia se mostrou admirada por ver que ainda existia pessoas a conservar um modo tão gentil e educado. ━ Prazer. Hortensia. ━ Brevemente, curvou-se também e levou a destra até o homem de cabelos negros azulados.
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Zayn
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Post by Zayn on Jul 15, 2018 15:01:56 GMT
━━━━━ INTERAÇÃO: L'HORTENSIA LEA. ━━━━━ Zayn Bellerose 34 ANOS | ÔMEGA | NEUTRO ━━━━━Para seu alívio, a figura feminina à sua frente mostrou-se flexível à situação. ━━━━━Enquanto ela respondia às perguntas que lhe fizera, Zayn não pôde deixar de notar que a mesma levava à boca alguns dos petiscos que podia encontrar na mesa. Como ela havia se decidido diante de tantas opções? A observação fez que seu sorriso se tornasse mais largo sem seu próprio consentimento. Teria de decidir em breve o que lhe agradaria o paladar, sentia o estômago reclamando baixinho e não gostaria nada de vê-lo "gritando" por comida.
━━━━━Seguindo o exemplo da menina de aparência jovial, Zayn andou até a mesa mais próxima, pegando um prato, escolhendo entre os variados tipos de doces e salgados e tratando de colocá-los separadamente no prato que tinha nas mãos. Voltando para perto de jovem, Zayn escutou-a se apresentar cordialmente. O moreno havia pego um dos salgados e começava a levá-lo a boca quando surpreendeu-se com o nome que acabara de ouvir. ━ Hortensia? ━ Perguntou, incrédulo, pairando a mão que segurava o salgado no ar. ━ Imagino que a grafia seja diferente... ━ E enfim, levou o salgado à boca, mastigando por alguns segundos, engolindo-o, antes de retomar a conversa. ━ Hortensia é uma bela flor com o poder de ser letal. ━ Pigarreou um pouco, fazendo surgir uma pausa. ━ Me desculpe, tenho grande interesse em plantas e flores. ━ Explicou-se, imaginando que a jovem talvez não compartilhasse de seu gosto, já que eram poucos os que possuíam, e pudesse achar o assunto entediante, permitindo-se, por fim, levar outro salgado a boca acompanhando Hortencia em seu ritmo.
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Nailah
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Omega Triste
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Post by Nailah on Jul 15, 2018 15:59:29 GMT
"Me desculpa Senhorita Nailah, acho que vi algo conhecido, com a sua licença" foi o que ouvira antes de ver a Omega se afastando rapidamente e sumindo de sua vista. Nem esperara a resposta de sua pergunta sobre a crença em Bettenou, mas era compreensível que, após vislumbrar alguém nessa multidão, era necessário segui-lo ou desistir de encontrá-lo novamente. Ainda preocupada com a criança que nem ao menos sabia o nome, Nailah sabia que seria muito improvável encontrá-la de novo, ainda mais no meio da multidão de pessoas que preenchiam as ruas da cidade nessa noite estrelada. Olhando para o céu ela desejou que a jovem de fato encontrasse conhecidos para ter com quem desfrutar a Última Luz. Essa era a vontade da Deusa, uma festa memorável ao lado daqueles que amamos simbolizando o ano de paz que estava por vir. E a paz viria, não importa quanto os Senadores radicais argumentassem, Edom não poderia ser tomada pela violência, eles não desobedeceriam a Lei Sagrada de Bettenou. Problemas futuros para a Nailah futura, hoje vamos apenas aproveitar a bela noite que nos foi dada. Ao ouvir a doce melodia de uma música que há muito tempo não tocava seus ouvidos, mas que costumava animar as tardes em sua casa enquanto todas dançavam pela sala, sentiu Hessa pulando em seus ombros com uma risada brincalhona, e as duas saíram girando pelo pátio enquanto suas risadas eram abafadas pela música que ouviam.
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Post by mimrose on Jul 15, 2018 20:43:34 GMT
Athena|Ômega|XX|20 anos Interação - Desconhecidos (Zayn e Hortensia)
Ao final das contas, sentar em um banco e esperar não tornaria um sinal mais rápido. Até porque Athena não estava cansada, ela não havia dançado, gostava de dançar mas o lugar estava cheio demais.
Se dirigiu à uma mesa com todo o tipo de comida, bolinhos, salgados, queijos, frutas, doces de limão e morango alinhados em forma de suas respectivas frutas, havia também salgadinhos e bebidas como vinho, o gostoso e fresco vinho que se usa em comemorações religiosas, havia sucos de frutas cítricas e até água para aqueles que quisessem o mais natural possível. Pegou um prato lindamente adornado com arabescos de plantas e colocou salgadinhos e doces de limão, seus favoritos. Do seu lado havia uma moça jovem e um homem adulto, Ômega e Alpha, sabia pelo cheiro doce e amadeirado que eles exalavam, você pode se perfumar como quiser, mas esse cheiro que nasceu com você nunca sai de você, lembrava de que os flagelos para um Ômega não era quase nada se estivesse perto de um Alpha, como se fosse uma algo íntimo, puro, protetor e no entanto, dependente.
De fato eu estou é muito sozinha, deveria simpatizar, já que seja lá quem sabe no que tudo isso vai acabar dando - pensei. Eu me aproximei dos dois e puxei um assunto: "Olá, posso conversar com vocês? Parecem falar sobre flores?"- na verdade acho que estou sendo inconveniente, mas que seja, não me importo, não sair feito louca de novo. Fiz o melhor de mim e sorri e fui gentil.
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Post by Li-He Zheijián on Jul 15, 2018 22:10:04 GMT
soundtrack Andando pelas ruas um pouco distantes do centro, margeava a floresta e apreciava a bela flora de Miheta depois de um momento repentino de tristeza, lembrando um pouco da minha vivência nessa cidade. Todas as alegrias, todas as dores, todos os momentos que ficaram presentes em minha memória até antes de se mudar para o Quartel General e entrar para a Resistência, e chegar no ponto que chegou hoje, um evento que poderia mudar a vida de todos de Edom para sempre. Verificava o horário e então começava a seguir a caminho do centro, me cobrindo mais com meu véu vermelho, para que não pudessem ver meu rosto. Chegando mais perto, já via um início de concentração de pessoas, e então começava a andar pelas bordas da rua, tomando cuidado para passar o mais despercebida possível. Hora ou outra tropeçava devido aos passos bêbados de outros cidadãos que pisavam em meu vestido de pano vermelho, porém apenas o puxava para mim para que não acontecesse de novo, coisa não muito funcional pois se acabava repetindo. Estava vestindo uma espécie de toga, presa com alfinetes dourados que reluziam como pontos de luz em meu corpo, refletindo as luzes do festival, mas que caia sobre meu corpo como vestido, e deixava meus ombros a mostra, assim como os movimentos dos meus braços, flexíveis. Havia tanto pano que daria para me embrulhar por inteira.
Ao chegar na praça, observava o templo, que com suas cores chamavam a atenção de todos ali presentes, porém o mar de pessoas me deixava extremamente desconfortável, devido ao incidente do incêndio e de ter que me esconder por tanto tempo, ver tantas pessoas assim novamente era ansiosamente estressante, assim como o medo de me descobrirem, ou pior, do julgamento. Me direcionava então em direção as árvores, para me esconder, e como um alívio, podia respirar por um momento, como se eu saísse debaixo d'água. Para minha surpresa, encontrava uma de minhas companheiras revolucionárias me observando, e seu olhar me acalmava no mesmo instante. Seu olhar profundo e seu lenço azul inconfundível. Ela me estendia a mão, e então subia para cima das árvores com ela, e observava de lá o templo, vendo todo aquele resplendor de cores e luz, que me remetiam a meu passado e faziam eu apertar levemente a mão de Lava, assim como as emoções apertavam a minha cabeça em dor. O véu me sufocava um pouco, e então tirava-o de meu rosto, revelando meu semblante. Assim que tirava o véu, podia sentir o vento leve batendo em meu rosto, e fazendo meus brincos dourados balançarem sobre meus ombros. Meus olhos brilhavam, não sabia se pelo excesso de luzes, ou se pela companhia ao meu lado, mas simplesmente a companhia de Lava me trazia sensações boas para a noite. "Vai tudo dar certo Li-He" pensava comigo mesma.
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Katura
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XX
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Post by Katura on Jul 15, 2018 22:43:12 GMT
No meio da multidão os que passam pelas ruas despercebidas saltavam aos olhos atentos da Omega que já estava a vigiar os que por ali andavam há certo tempo. Ao notar um semblante recluso e rosto coberto por panos vermelhos, não resplandecendo nas luzes da cidade e se alegrando com a festa como todos os outros rostos que vira durante a noite, mas voltados para o chão, a atenção de Katura não conseguia desviar dos esvoaçantes panos vermelhos que se aproximavam cada vez mais de onde estava.
Quando conseguiu ter uma visão melhor da mulher, que agora se encontrava embaixo de sua árvore, um sorriso de alívio se desenhou em sua boca, coberta pelo pano azul. Com um olhar rápido pelos arredores para ter certeza de que ninguém prestava muita atenção no local em que se encontravam, estendeu uma mão para Pranto, a ajudando a subir na árvore, e com a outra ela recolheu os panos que teimavam em não ficar ocultos entre os galhos das árvores.
Após se ajeitarem e se esconderem na sombra das folhas, o Senado à sua frente e Pranto, agora sem o véu, ao seu lado, as coisas se tornavam cada vez mais reais e tangíveis. Os poucos raios de luz que atravessavam a cobertura da árvore e atingiam o rosto de Pranto revelavam o brilho em seus olhos, um brilho reconfortante que tranquilizava Katura enquanto elas se preparavam para a longa noite que teriam pela frente.
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Post by Thaalya/Hell on Jul 15, 2018 22:43:31 GMT
Thaalya Ômega.XX.S/R
- Tudo bem, todos entenderam suas obrigações, certo? – a voz da minha mãe soava quase que inaudível pelo corredor da pequena casa alugada, depois de um tempo, ela continua – Vou repetir mais uma vez, e que os quatro ousem esquecer novamente – me debrucei sobre a porta afim de ouvi-la melhor, minhas mãos terminavam de trançar a mecha direita do meu cabelo – Viemos até Messa para passar o festival em família, então, meninos, por favor, tentem não tirar os olhos da sua irmã! – Não pude deixar de conter uma fraca risada pelo nariz, estava no quarto que ficava no fim do corredor, agora amarrando a ponta da trança e colocando minha coroa de louros sobre a cabeça – Já eu e seu pai vamos c........ ... os ...... sobre .... no.... ........ – O estrondo dos fogos de artificio me fez dar um pulo e me afastar da porta, então, após a volta do silencio, tornei-me a debruçar sob a tabua de madeira até me conformar de que não haveriam repetições.
Andei alguns passos e me virei para o espelho do outro lado do quarto, me encarando. Normalmente não usava uma cor tão chamativa assim, muito menos roupas abertas de mais, só que isso era o de menos. Eu estava nervosa, muito nervosa, não sabia se o plano daria certo ou errado, e se desse errado, o que faríamos? Tais pensamentos se afastaram quando ouvi batidas na porta.
- Já vou sair – disse agarrando o revolver que havia pego "emprestado" do meu pai, afinal, o mesmo era policial, e o coloquei escondido dentro da minha bota, infelizmente só tive tempo e espaço para colocar um único cartucho de munição, junto a pistola, eu carregava meu “celular”. Corri e direção a minha mala e peguei uma pequena bomba caseira, que coloquei entre meus seios, felizmente ela não apareceria por culpa do volume que minha capa fazia entre o perímetro do meu pescoço e busto, e com um pouco mais de sorte, não me explodiria com ela. Voltei a me encarar, respirei fundo, vesti meu capuz e sussurrei para mim mesma – Saco de festival.
Ω
Assim que chegamos ao templo, meu nervosismo deixou de ser meu inimigo e começou a andar ao meu lado, já que, por culpa dele eu não parava de sorrir, e nem conseguia ficar quieta, por isso, acabei dançando e cantando junto aos desconhecidos e conhecidos as melodias dedicadas a Bettenou. Felizmente, tais ações incomuns fizeram com que eu aparentasse ser só mais um Ômega comemorando o último dia de festival. Permaneci assim por um tempo, até notar a presença do Alto Sacerdote Ômega. Todos ao meu redor se viraram em sua direção. Aproveitei a distração de meus parentes, e me afastei, indo até a mesa onde estavam sendo servidos os comes e bebes, ao chegar lá, peguei uma taça de vinho e esperei por suas palavras.
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Post by Beico on Jul 15, 2018 23:04:11 GMT
Ahriat estava com medo.
De nada — de tudo. Ele sabia lidar com multidões. Já havia feito discursos antes. E, mesmo assim, algo em seu peito dizia que não seria o suficiente. Que suas palavras gentis, jogadas ao vento, não passariam de tolices, tão frias quanto a luz distante das estrelas.
Ele queria que suas palavras tivessem algum significado. Que pudessem acalmar as almas atormentadas, inspirar os esperançosos e trazer de volta aqueles que, por algum infortúnio, haviam deixado de ter Fé. Ele queria impedir que tudo fosse em vão. Queria salvar todas, todas aquelas pessoas. Só não sabia do quê — ou de quem. Pois algo lhe dizia que aquela noite seria apenas o começo do fim.
Sempre fora Imilia aquela boa com as palavras. Eos era aquele bom com multidões. E Ahriat... Às vezes ele só sabia se perguntar — o que ele era?
Dentro do templo, Ahriat orava ao lado de Eos e Imilia. Era a última noite de Luzes e, como tal, a de maiores homenagens e agradecimentos à deusa. O coração disparado no peito e a respiração curta eram difíceis de disfarçar e, por mais que tentasse, não conseguia se convencer de que eram devidos à animação e às festas — e ele sabia que Eos havia percebido. Eos sempre percebia.
Com o fim das preces, vieram as músicas e as danças, mas nem isso conseguiu tranquilizá-lo. Mesmo os movimentos animados, o sorriso de Eos e o mármore sob seus pés não eram o suficiente para fazê-lo se acalmar; pois os movimentos eram tensos, Eos era duro e o mármore era frio. Ahriat nunca pensou que fosse se sentir tão preso dentro do templo que outrora lhe trouxera apenas paz.
E quando enfim os relógios bateram meia-noite, ele soube que sua hora havia chegado. Com passos leves e lentos que disfarçavam sua hesitação, desfilou com seu Alpha para fora do templo, até seu lugar no Pátio das Flores. Eos segurava sua mão com ternura e despediu-se com um beijo na têmpora antes de deixá-lo ir.
— Vai dar tudo certo. Você está incrível, meu amor.
E Ahriat sabia que não deveria. Sabia que Eos estava apenas brincando com ele. Que sentir o coração levitar faria dele ainda mais estúpido. Mas ele ainda se deleitava na maciez daqueles lábios. E ainda se reconfortava no calor daquelas palavras, murmuradas só para ele, para seus ouvidos e apenas os dele. Ele ainda se deixava levar, e cada palavra de amor e cada toque de dor rasgava-lhe cada vez mais o espírito.
Ahriat sabia que não deveria. Mas ele sorriu. Brilhante como as estrelas, precioso como suas joias.
Subiu ao pequeno palco, atentando-se para não danificar nenhum centímetro de suas vestes. E, talvez, aquelas realmente fossem suas melhores. Não que estivesse vestindo muita coisa — nunca vestia. Apenas uma saia dourada amarrada na cintura fazia o trabalho de cobrir-lhe as pernas até o tornozelo, a abundância de panos e camadas do lado esquerdo compensando a falta na abertura do lado direito. Uma infinidade de rubis prendia-se ao tecido, como numa chuva de pedras preciosas. Nas pernas, correntes de ouro caíam das coxas à ponta dos dedos, mais rubis adornando o peito dos pés. Nos ombros, nada mais que um véu vermelho e translúcido que teimava em cair para os cotovelos, brilhando dourado.
E mais joias, joias, tantas joias, todas rubis do mais intenso carmesim. Das argolas áuricas que circundavam o pescoço, caíam finos elos sobre o peito, em cordões que contornavam as costelas, os braços e os pulsos, até juntarem-se aos vários anéis sobre os dedos — sempre com seus rubis dependurando-se das extremidades.
Mas do que Ahriat mais gostava eram as flores. Um belíssimo buquê de lírios dourados sobre sua cabeça, com mais e mais correntes ao redor de seus cabelos para prendê-las no lugar. Eram lindas, e faziam-no sentir como se também fosse. E ele gostava daquele pequeno detalhe — das pequeninas gotas de orvalho presas as pétalas, que ele imaginava, em vez disso, como um choro silencioso de lágrimas vermelhas.
Ahriat estava lindo, ele sabia. O mais belo dos Omegas, o símbolo vivo de seu grupo e de tudo aquilo que a Deusa havia criado. E, mesmo assim, ao encarar toda aquela multidão que esperava ansiosa por suas palavras, não conseguia deixar de sentir-se o mais completo traste.
— Irmãs. Irmãos — começou, a voz ecoando pelo pátio e pelos alto-falantes espalhados por toda a cidade. — ëssaht.
Ao ouvir todas aquelas vozes — todas aquelas almas — ecoarem de volta a bênção, o coração de Ahriat pareceu finalmente se acalmar. A brisa perfumada fê-lo flutuar pelo mais breve e imperceptível momento, e ele soube que a Deusa estava com ele. ëssaht, realmente.
— Muito obrigado a todos vocês por estarem aqui. Por continuarem firmes durante esse tempo de dúvida, por perseverarem em meio a tanto caos. Vocês não desistiram da Deusa. E saibam que ela jamais desistirá de vocês.
Fez uma pausa, fechando os olhos por um instante com um pequeno sorriso. Sentindo-se agora mais confiante, a brisa sacudindo seus cabelos negros e trazendo consigo as pétalas das flores, Ahriat endireitou a postura e continuou:
— Durante o ano que se passou, sabemos que não houve notícia maior que a autointitulada Insurgência Omega. Foram tempos difíceis, de medo, de dor, mas que, assim como essa última luz que deixamos para trás na noite de hoje, estamos prontos para deixar no passado. Eu sei que a vida de um Omega pode ser difícil — confessou, deixando-se levar pelas luzes, pelas estrelas. Encarando a multidão com olhos firmes, era como se falasse diretamente com os Insurgentes. Como se almejasse atingir ninguém mais que eles. — Eu sei.
Sua voz era calma e suave como em todas as outras ocasiões; dessa vez, porém, havia uma fragilidade escondida permeando cada letra. Naquele momento, Ahriat se deixara livrar de todas as armaduras — e, agora, não era mais o Alto Sacerdote Omega ou alguém com alguma importância. Era só ele. Só Ahri.
— Mas não é isso o que faz a beleza da vida? Todos nós já caímos. Todos nós já fomos empurrados ao chão. Mas é por isso que a Deusa nos fez tão fortes. Para que possamos nos erguer novamente. Para que com nossas próprias mãos possamos tocar aquilo que nos machuca: e transformá-lo em arte.
Respirou fundo. Estava tomando tempo demais e sabia que deveria terminar em breve.
— Por favor, todos vocês — pediu, voltando a dirigir-se para todas as pessoas que lhe assistiam, pessoalmente ou não. — Vamos dar um fim a essa guerra. Somos irmãos, todos nós, o corpo de Bettenou dividido em almas tão belas. Alpha, Beta, Omega: somos, sim, todos tão diferentes. E não é isso que nos torna únicos? Não é isso que torna cada vida tão especial? Por favor, esqueçamos as lutas e as mortes. Esqueçamos a violência e o medo. A Deusa nos ama, e ela perdoa a todos nós. Não há por que lutar. Todos nós podemos fazer a diferença. Todos nós podemos mudar o mundo. Só nos falta a coragem e o amor para saber como.
Uma pausa, um último suspiro. No pátio, talvez mesmo em toda a cidade, o único som era o do respirar das árvores e do canto dos insetos.
— Que o ano que nos aguarda seja repleto de paz e felicidade. Que as estrelas iluminem seu caminho, e que a Deusa ilumine seus passos. ëssaht.
Com isso, Ahriat virou-se enquanto a multidão vibrava e aplaudia. Logo atrás dele, Eos esperava-o para ajudá-lo a descer, estendendo-lhe a mão com um sorriso tão brilhante quanto a própria lua. Radiante, Ahriat espelhou-o e pegou-lhe a mão.
E foi então que Marte deu o sinal.
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Katura
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XX
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Post by Katura on Jul 15, 2018 23:31:48 GMT
O discurso. O sinal. E então tudo pelo que ela estava esperando começou.
Tirando um pequeno controle de seu cinto e com grande expectativa nos olhos, Katura apertou o botão sem hesitar. Num piscar de olhos todas as pequenas bombas que haviam sido plantadas ao redor do templo antes da celebração agora ecoavam por Messa e traziam, com o vermelho das chamas, o caos e o desespero dos cidadãos de Edom ali presentes. Era a noite que entraria para a história.
Se voltando para Pranto um instante apenas, seus lábios roçavam a bochecha da Insurgente enquanto sussurrava em seu ouvido: "tenha cuidado". Com um gesto rápido sua mão alcançou a máscara digital que estava escondida em suas roupas, e em instantes onde antes era o seu rosto agora mostrava apenas a lava ardendo e queimando sobre a superfície que tocava. Então seu corpo se lançou para fora da árvore e, portando facas em cada uma de suas mãos, seguiu correndo para a entrada do Senado onde Marte aguardava.
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kleiner
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Omega Triste
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Post by kleiner on Jul 15, 2018 23:53:24 GMT
Estava um pouco nervoso, pois não sabia que sinal era aquele e o que faria depois, então nem dava pra aproveitar o lindo banquete sob a mesa. Observei o grupinho próximo onde estava uma distancia longa, pareciam conversar sobre coisas triviais provavelmente estavam despreocupados. Mal sabem o que vai acontecer em breve. Reconheci uma garota das reuniões com os XX, mas talvez estivesse enganado. A menina parecia um pouco desesperada por interagir.
Abri um sorriso e sai dali.
Não tinha vontade de comer ou dançar. Ninguém conhecido estava ali tudo o que restava era esperar. Caminhei para fora do templo, no Pátio das Flores, esperando o badalar da meia noite.
O patético Alto Sacerdote Omega subiu no palco. Para ele deve ser bem mais fácil aguentar ser um. Que dificuldades ele teria? Será que não via a submissão que estava sempre o acompanhando? Sem direito algum de escolha, o jovem parece mais um cãozinho com seu dono. Ouvir suas palavras me dava nojo. Tudo que queremos é o melhor, a igualdade para todos. Isso vai além de seguir ou não as ordens de Bettenou, se ela não deseja o bem para sua própria criatura é isso que buscamos. Mesmo que o caos se instaure, mesmo que morramos.
Sem caos não há ordem!
Estava no fundo da plateia, ninguém dava atenção a um alpha sozinho escorado na parede, todos aplaudiam o discurso bobo do jovenzinho. O sinal fora dado. O caos é isso que temos que fazer? Proteger, ajudar? Sorri.
Levantei de leve e discretamente meu longo casaco roxo, retirei minha arma e mirei nas mãos enlaçadas dos dois sacerdotes. Espero que veja que uma simples festa não pode nos parar!
Danos irreparáveis o tiro não iria causar era uma distancia segura, mas a dor essa sim os dois recordaram para sempre. Espero que possam refletir e mudar suas ideias ou coisas piores vão acontecer. O barulho do tiro foi abafado pela comemoração, vivas e aplausos. Guardei a arma e sai vendo o caos no pátio se instalar.
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Post by Li-He Zheijián on Jul 16, 2018 0:28:50 GMT
Tudo havia acontecido tão rápido... As bombas, o simples beijo, o encontro, as memórias... Minha cabeça borbulhava de pensamentos, e me deixava um tanto confusa. Quando havia voltado a mim novamente, Lava já havia ido, e tão quanto, ela não poderia ficar atrás. Descia da árvore, e ver aquela cena de destruição, caos, e fogo me assustava, assim como a máscara de Lava, no mesmo tanto em que me interessava pelo que havia por trás, além de ver aqueles inocentes... os gritos... só me faziam lembrar da noite terrível que ainda devastava minha mente. Mas era exatamente como esse calor do fogo, essa explosão de emoções, que Lava me causava, e me trazia esperança, assim como minha antiga companheira trouxe. Minha companheira... Era hora da dança.
Como num vulto, retirava de mim a toga, arrancando-a de uma vez, fazendo com que todo pano que me cobria fosse embora, e revelando a roupa que vestia por baixo do mesmo. Além da joalheria, como brincos, colar e tiara, havia prendido meu cabelo de uma forma em que tivessem 3 coques em meu cabelo, todos cheios de adereços dourados e pérolas vermelhas. Vestia por baixo da toga um simples e simpático colete que valorizava meu busto e deixava grande parte do meu torso e de minha barriga a mostra, além de um shorts bufante que ia até um pouco abaixo dos joelhos, começando debaixo do umbigo, ambas as peças num tom de vermelho vivo, brilhante, para que todos conhecessem do que realmente é feito um Ômega. Aquelas eram as roupas perfeitas para dançar nesta noite, roupas que permitiam qualquer movimento e que eram extremamente confortáveis. Ia até meu pano e pegava de dois bolsos que havia improvisado para carregar minhas coisas dois leques grandes com pontas de metais afiadas, que poderiam servir tanto como facas quando fechado ou como arma quando aberto, e também pegava minha máscara e o telecomunicador. Encaixava os leques nas laterais de minha roupa, em dois bolsos feitos especialmente para facilitar o saque deles, e guardava o telecomunicador encaixado na sandália. aproveitava o momento para fixar bem o fecho e então pegava a máscara com as duas mãos. Respirava um momento, e dos meus lábios um leve e suave ëssaht saia dos meus lábios, quase que sem som, e encaixava a máscara em meu rosto, revelando a imagem de uma máscara alva, num estilo bem teatral, com uma expressão de tristeza. Dois olhos bem negros e escuros, como se fosse um corpo vazio, e gostas de sangue escorriam do meu olho esquerdo, como lágrimas, e manchavam parte da extensão da máscara. Esta era Pranto.
Após estar toda preparada, pegava o pano e carregava-o comigo andando pela parte cheia de árvores e mato, tentando me aproximar o mais perto possível do Senado. Ao ver que tinha que atravessar a praça para tal, vou até um dos focos das explosões e jogo o pano vermelho lá, e sigo, furtiva, até o senado, me escondendo entre os bancos, arbustos e fontes do parque, usando a própria multidão como distração para os guardas, e com um dos leques na mão, mas ainda fechado, apenas para usar como faca em caso de emergência e também para cortar alguns galhos que a atrapalhavam pelo caminho. Logo mais, chegava até a porta do Senado, e procurava Marte, Lava, e o resto do Alto Escalão.
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caster
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Post by caster on Jul 16, 2018 0:36:20 GMT
| Caster Khristian DeLucca (Krackedoll) |38 y.o. ━ Ômega ━ R. Infiltrado ━ VestimentaD'Lucca optou por se manter longe de olhos curiosos naquele último dia de festival, vestiu-se com o traje mais discreto possível que encontrou em seu roupeiro, equipou-se com um Tanto (punhal) de 30cm, e prendeu sua máscara digital no interior de seu casaco. Em seguida partiu para Messa - Miheta. Chegou "atrasado", porém antes do pronunciamento do Sacerdote Omega, isso queria dizer que ainda havia um tempinho para beber alguma coisa forte, e admirar alguns corpos femininos - e masculinos -. Observava todos os tipos de silhuetas, alguns Alphas já exalavam aquele cheiro colossal de madeira, que lhe fazia imediatamente mostrar um sorriso na cara. "Então é hoje que você vai me deixar divertir?" Escutava Sinclair em seus pensamentos e ignorava-o completamente, pois nada naquela noite podia dar errado, e se deixar levar por Sinclair era um perigo até para si próprio. "Você sabe que eu vou tomar o controle, não é?". Caminhava em passos lentos até um local farto de bebidas, pegou uma taça com vinho e começou a bebericar aos poucos, enquanto admirava o enorme Pátio de Flores ao longe.
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Nailah
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Omega Triste
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Post by Nailah on Jul 16, 2018 0:41:32 GMT
O discurso do Sacerdote Omega parecia tão sincero, como se o seu coração buscasse tocar todos os que ouviam naquela noite. Palavras fortes, que carregavam o peso de um ano de violência e a esperança de um futuro pacífico, que adentravam seus ouvidos e energizavam seu corpo com esperança.
“Que o ano que nos aguarda seja repleto de paz e felicidade. Que as estrelas iluminem seu caminho, e que a Deusa ilumine seus passos. ëssaht.”
ëssaht
A multidão bradava em alta voz comemorando tudo que esse dia representava e aplaudindo as belas palavras do Sacerdote. E então, em segundos, todos sentiram como se a esperança cultivada pelo Omega que estava no palco fosse suprimida e extinguida de seus corpos.
Barulhos ensurdecedores, gritaria, caos. Os ouvidos de Nailah zumbiam enquanto ela olhava ao seu redor desorientada. Levou a mão à sua testa lentamente e encontrou apenas humidade, uma humidade quente. Sangue. Algum fragmento a atingira assim que as bombas explodiram ao redor do Templo. Seus olhos se voltaram para o palco e ela viu, atônita, dois dos grandes sacerdotes de Edom sangrando. Precisavam sair dali.
Sua mão buscou a de Hessa, para que pudessem sair de Messa o mais rápido que conseguissem, mas a expressão de Nailah rapidamente se converteu em desespero ao não encontrar a filha que outrora estava ao seu lado. Não sabia mais se estava incapaz de ouvir devido à explosão ou às batidas ensurdecedoras de seu coração. Para onde olhava havia fogo, ardendo com sua força implacável, e todos corriam desordenados para longe do Templo.
Com passos incertos, que logo aceleraram e se converteram em uma corrida às cegas, Nailah seguia percorrendo os olhos em todas as direções à procura de Hessa.
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