ëssádica
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ALPHA BOM É ALPHA MORTO
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Post by ëssádica on Feb 6, 2018 20:37:10 GMT
Ren deixou Gato para trás com um peso na consciência - A ansiedade e pavor que ela acreditava ter enterrado sob os escombros após as explosões emergiram, uma mão fria ao redor de seu peito, apertando, a súbita mas oh tão familiar realização de que qualquer um deles pode assim, tão rápido, um tiro, um golpe bem dado, uma armadilha. Não muito depois, entretanto, a fumaça que inundava os salões lentamente se dispersou, revelando a extensão da carnificina que tomara lugar pouco antes; Vitrais estilhaçados, corpos enterrados pelo entulho ou largados no chão, tosses e choros e gritos e pedidos de ajuda e vermelho--
Por entre o mar de vermelho e fumaça seguiam duas figuras abraçadas, de passos desvairados e sem força. Os sacerdotes. As sirenes que se tornavam cada vez mais altas e a marcha dos soldados cercando o templo e seu comunicador ganhando vida novamente. Novas ordens.
Sua missão.
Ah, sim.
A infiltrada abandonou a ideia de discrição quando voltou a correr, o toc-toc de suas botas um alerta, um chocalho de cascavel conforme ela atravessava o salão com passos longos. Ela viu, através do visor de sua máscara, o momento em que eles se viraram. O momento em que seus olhos caíram na figura da terrorista que os perseguia - Lâmina em mãos, sangue em suas roupas. Por um momento, antes de jogar seu corpo contra o Sacerdote Alpha e derrubá-los no chão, por um momento ela se perguntou como eles a viam naquela hora.
Ignorando o Sacerdote Alpha, ela se ajoelhou sobre o corpo de Ahri e imediatamente subverteu qualquer tentativa de resistência pressionando o fio de sua lâmina ao pescoço fino do homem, um sorriso apologético escondido por sua máscara.
-Eu não vou te machucar se você não se mexer. - Sua voz ecoou absoluta, distorcida e abafada.
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Khaled
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Post by Khaled on Feb 9, 2018 3:14:29 GMT
Acordar em meio à fumaça, fogo e escombros, com a cabeça latejando e a visão enegrecida nas bordas, nem de longe era uma situação habitual para alguém tão caseiro quanto Khali, que tivera um pressentimento horrível naquela manhã e estava pronto para passar o dia dentro do próprio laboratório, não fosse ter recebido uma ligação de um número desconhecido, pouco antes do final da tarde, instruindo-o — ou melhor, obrigando-o — a comparecer ao último dia do festival. E se Khali achou que usar marrom em suas vestes seria o pior acontecimento daquela noite, estava redondamente enganado. O que sequer devia ter sido uma surpresa, levando em consideração seu sexto sentido que nunca falha e a voz irritante a lhe dar ordens desnecessárias do outro lado da linha.
Tendo o trabalho de avaliar da melhor forma possível a situação desastrosa na qual se encontrava, o Beta constatou, com absoluta certeza, que o culpado de seu infortúnio era ninguém menos que aquele Coelho maldito. Afinal de contas, quem mais seria insano o suficiente a ponto de mandar pelos ares um festival inteiro? Sem nem ter a preocupação de lhe avisar?! Khali se arrependia todos os dias pela roubada na qual havia se metido anos atrás, senão nunca que precisaria passar por experiências de quase morte como aquela, de novo, por causa de um terrorista piromaníaco que subiu de cargo na Insurgência.
Grunhindo pela dor incômoda na lateral de seu torso e erguendo-se lentamente ao notar que, sim, havia sido ferido e o vermelho a manchar suas roupas não era vinho, muito menos pertencia a outra pessoa, ele tentava, sem muito sucesso, lembrar-se dos detalhes que antecederam as explosões. Recordou-se vagamente de ter jogado conversa fora com alguns colegas de trabalho que igualmente compareceram ao festival, em seguida de ter bebido mais do que deveria ao ficar entediado quando começaram a falar sobre Bettenou, e ainda de alguns trechos do discurso dado pelo Alto Sacerdote Ômega pouco antes de tudo virar fogo, pânico e, então... nada. Os destroços do que antes era um palco de apresentações jaziam espalhados ao seu redor, grande parte deles escondida pela fumaça incessante que lhe causava um incômodo tremendo na garganta, enquanto o resto servia de aviso para que jamais desse ouvidos às palavras daquele maldito outra vez.
Como se eu tivesse escolha quanto a isso, insistiu em pensar.
Ficar de pé tornou-se mais difícil do que gostaria de admitir, a mão esquerda pressionando o ferimento lateral pouco abaixo das costelas, enquanto a direita era erguida no ar em busca de equilíbrio. Uma vez estável o suficiente, permitiu-se olhar em volta mais uma vez, percebendo o som de gritos distantes, tiroteio e passos apressados vindos de algum ponto não tão distante assim. E não era preciso ser um gênio para entender que se ficasse ali mais um segundo, seria um alvo fácil para quem quer que estivesse vindo em sua direção.
Praguejando entredentes, caminhou como podia em direção aos destroços do palco, prendendo a respiração ao ser engolido pela fumaça e só tornando a soltá-la ao ver-se em meio às árvores que circundavam o local mais adiante, escolhendo uma delas para apoiar o corpo e escorregar lentamente até sentar-se no gramado, suas narinas captando apenas o cheiro característico de enxofre, fazendo seu estômago embrulhar. Evitou um suspiro pesado por conta disso, mas não teve como resistir a vontade de fechar os olhos com força, mordendo o lábio inferior na tentativa de conter um resmungo seguido de mais uma série de palavrões desconexos.
Ah, como queria matar Bunny de modo como nunca antes desejou matar alguém na vida, pois graças a ele se encontrava fora de casa em condições nem um pouco favoráveis. Queria gritar suas frustrações aos quatro ventos e culpar à deusa por seu infortúnio, mas o único culpado ele sabia quem era, inclusive ansiava pelo momento em que o veria de novo, apenas para envolver o pescoço dele com as mãos e torcer até que não sobrasse nad—
“Em vez de ficar pensando em me matar, deveria ser útil e bolar uma rota de fuga eficiente. Imbecil.” Por um momento, Khali ficou atordoado com a voz da razão de sua desgraça a soar impacientemente no pé de seu ouvido, então lembrou-se de que estava usando um intercomunicador na orelha esquerda, que provavelmente estava ligado durante todo o tempo em que externou seus pensamentos homicidas sem perceber.
A raiva voltou como uma avalanche. “Eu realmente vou matar você qualquer dia desses.”
“Não se eu for mais rápido e cortar seu pescoço antes disso.” Veio a resposta imediata. Em seguida: “Não se esqueça de que ainda me deve uns trocentos favores e eu só estou cobrando uma dívida por vez. Inclusive, preciso que faça algo por mim agora."
“Vai à merda.”
“Tocante, mas não o suficiente pra me fazer mudar de ideia. Acredite em mim quando digo que estou sendo paciente com você, caso contrário seus membros estariam bem longe do resto do seu corpo em alguma vala por aí.”
“Jura?! Porque até onde eu sei, eu ‘tô com um rombo na barriga por sua culpa e minhas tripas estão quase pulando pra fora!”
“Nossa, você é sempre dramático desse jeito?” Khali podia sentir o revirar de olhos em cada uma daquelas palavras. O maldito.
“Fala logo o que você quer, praga.”
“Um dos meus está ferido e precisa de assistência. Você é o mais próximo do local. Vá até lá e—”
“Que parte do ‘eu ‘tô com um rombo na barriga’ você não entendeu?!”
“Vai por mim. Se tivesse atingido uma víscera você já estaria morto, então no mínimo deve ter sido um corte superficial. Agora vê se para de reclamar e faz o que eu disse, antes que eu perca o pouco de paciência que me resta.”
“E se eu não quiser?”
A resposta demorou mais do que esperava para vir, mas quando veio, Khali já sabia o que aguardar.
“Você morre. Simples assim.”
O Beta sentiu seu estômago embrulhar ainda mais com aquelas palavras, pois não havia nelas sinal algum de hesitação ou blefe. Bunny falava tão sério que não tinha como duvidar dele ser capaz de surgir ao seu lado a qualquer momento com uma faca na mão, pronto para fazer um estrago muito pior do que suas explosões. Só aquele o mero pensamento era capaz de causar-lhe arrepios indesejáveis por todo o corpo.
Entretanto, Khali não teve tempo de recuperar o controle sobre a própria voz para que pudesse retrucar, como sempre fazia, pois logo recebia novas informações:
“As últimas coordenadas de Neha estão sendo enviadas ao seu dispositivo. Quando achá-lo, não diga nada sobre essa conversa, muito menos mencione meu nome. Ele provavelmente vai te usar para escapar da polícia e você, como o bom garoto que é, não tentará nada para impedi-lo. E tente não cagar nas calças antes da hora; uma vez que ele estiver seguro, ele vai te soltar… eu acho.”
Khali riu. Um ato resultante de puro nervosismo e isento de felicidade real. Afinal, não tinha como se sentir feliz estando naquela situação. “Sempre tão bom em assegurar os outros contra possíveis riscos de morte, não é mesmo?”
“Meu trabalho aqui não é esse. Se quiser segurança, faça o que eu digo.”
“Você é mesmo um desgraçado, filho de uma—”
“Pense uma só vez em ignorar minhas instruções e você nunca mais vai se sentir seguro na vida.”
Com esses dizeres, Bunny encerrou a conversa sem mais delongas, deixando Khali para sofrer sozinho com as possíveis consequências e riscos do que estava prestes a fazer. Sua cabeça, agora, latejava duas vezes mais do que no momento em que havia despertado, mas não havia tempo para reclamar sobre suas escolhas de vida ao tempo que uma sequência de beeps, vindos de um de seus braceletes, indicava o recebimento das coordenadas que o levariam até o tal ômega ferido chamado Neha.
Maldito o dia em que fiz acordo com aquele demônio de meio metro, Khali praguejou em pensamento, munido de todas as forças que ainda lhe restavam para erguer-se mais uma vez, dessa vez usando a árvore como apoio enquanto rasgava uma tira enorme de sua saia para usar como atadura — ao menos uma desculpa para jogar fora aquelas vestes ridículas de cor marrom —, enrolando-a sobre o próprio ferimento e apertando bem os lábios entre os dentes ao dar o nó com força, para evitar que o mesmo se desfizesse depois. O tilintar de suas jóias parecia mais alto do que de costume a cada movimento que fazia, sendo aquela a primeira vez que elas o incomodavam tanto. Mas nem por isso fazia questão de tirá-las. Quem sabe viessem a ser úteis para barganhar pela própria vida, caso preciso fosse.
Com tal ideia em mente, Khali passou a andar num ritmo constante, ainda que lento, em busca de Neha, logo deixando as árvores para trás ao chegar numa das ruas do centro e deparar-se com barracas de comida abandonadas e— Ughhh.
Tudo o que havia comido e bebido durante a noite resolveu fazer o caminho de volta assim que seus olhos felinos pousaram sobre a figura de um policial caído ao chão, uma poça de sangue ao redor de seu corpo cuja origem era um corte profundo e certeiro na garganta. Para piorar, o corpo se tratava de um Beta, assim como ele. E quem quer que fosse o autor de tal homicídio, desejava não cruzar seu caminho tão cedo. Ou nunca, se assim fosse possível; sua vida já estava ameaçada demais até aquele ponto para se permitir a possibilidade de piorar a situação.
Limpando o canto dos lábios com o dorso da mão, Khali percebeu, tarde demais, que acabou manchando o rosto com o próprio sangue. Ah, que ótimo. Antes que uma nova onda de desconforto o atingisse, no entanto, ele decidiu seguir seu caminho e ocupar a mente com a tarefa que tinha de cumprir, por um instante considerando fazer uma oração à deusa em busca de algum tipo de proteção, mas tão logo a ideia veio, ela se foi. Khali jamais se prestaria a algo do tipo, por mais hipócrita que fosse. Continuaria seguindo adiante, vez ou outra conferindo a imagem do ômega anexada às suas coordenadas, desejando que aquela noite acabasse logo para que pudesse descansar em paz.
Se no conforto da própria casa ou no desconhecido mundo dos mortos, ele não fazia ideia.
Só esperava que seu noivo estivesse seguro e disposto a fazer-lhe um café bem forte na manhã seguinte. Quem sabe com isso pudesse acordar do pesadelo horrível que o Festival das Luzes havia se tornado.
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Post by Beico on Feb 11, 2018 23:50:59 GMT
Tudo aconteceu rápido demais. A mulher. A faca. A ameaça. Ahriat não soltou um pio além de sua respiração descompassada e seu único movimento eram os tremores incessantes de seu corpo. Ele não via nada senão o rosto de Eos a sua frente, embaçado pelas lágrimas que escorriam de seus olhos. E mesmo com os pensamentos enevoados pelo gosto de sangue e cheiro de morte, ele não conseguia entender como aquele rosto poderia ser tão frio quanto o metal contra o seu pescoço.
A mulher imobilizava-o com o joelho em suas costas, deixando Ahriat numa posição estranha. Era ainda mais difícil respirar, e foi como se de repente ele se desse conta de todos os seus ferimentos, que gritavam de dor. Mas continuou quieto, imóvel. Preferia se concentrar na água e no sangue que escorria por sua pele — pois o toque daquele monstro em seu corpo era o pior de tudo aquilo.
— Deixe-o ir e você não sofrerá consequências. — Era a voz de Eos que ele estava ouvindo, mas Ahri não conseguia assimilar as palavras. — Você poderá fugir sem que a polícia a persiga. Deixe-o ir e não o machuque.
Não me deixe, Ahriat queria gritar, mas não poderia arriscar nada mais que a dor da face em súplica. Seus olhos continuavam cravados no Alpha, e ele sentiu o desespero borbulhar em sua garganta quando Eos se afastou a uma distância segura para a mulher. Uma onda de soluços sacudiu-lhe o corpo ao pensar na Deusa que parecia tê-lo abandonado. Gotas de sangue despontaram de seu pescoço, e ele fechou os olhos com força, temendo o fim e a dor que viria.
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ëssádica
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ALPHA BOM É ALPHA MORTO
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Post by ëssádica on Feb 12, 2018 23:49:32 GMT
A postura da terrorista enrijeceu, erguendo a cabeça para encarar o sacerdote - Pressionando o ombro do Omega com sua mão livre, um sinal de que ela ainda prestava atenção, um sinal de que resistência seria fútil. Ren encarou-o por um longo momento, de cima à baixo, considerando as poucas opções que tinha - Seu tempo estava acabando. Sirenes e passos retumbando pelas paredes destruídas, ensurdecedores.
A mulher lentamente ergueu suas mãos - Mudando levemente sua posição seu joelho pressionando firmemente o meio das costas do sacerdote - e as levou à dobra na cintura de seu vestido, guardando sua lâmina e, tentando ser o mais discreta possível, apanhou uma orbe pequena, preta. Uma bolinha do tamanho de uma moeda; uma bomba de gás. Gás não letal, nada que pudesse possivelmente o ferir ou funcionar efetivamente em um espaço tão grande, mas que talvez fosse o bastante para distraí-lo, assustá-lo por um momento.
Ela ergueu as mãos acima da cabeça, fechadas em punhos e respirou fundo, uma duas vezes.
E atirou a bomba.
Sem esperar pela possível reação, a Infiltrada moveu-se e apanhou o sacerdote Omega - Um movimento tosco, seu ombro dolorido momentaneamente atrapalhando - e jogou-o por cima do ombro, pondo-se à correr.
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nehaamrita
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Post by nehaamrita on Feb 13, 2018 3:06:51 GMT
Foi apenas após duas ruas estreitas pressionando o ferimento no ombro - ainda com a faca na mesma mão - que percebeu que poderia ter procurado itens entre as barracas pra usar de atadura. Poderia ter rasgado a roupa do policial Beta que matara também, e feito melhor uso delas do que um cadáver faria. Culparia a falta de raciocínio no fato de ter uma bala encravada em si, embora soubesse que não era nenhuma desculpa. Tinha que se manter atento ao ambiente; disposto a pensar em situações drásticas. E estava difícil.
Encostou-se a uma parede de um beco sem saída, respirando fundo. O natural era o sangue coagular após um tempo, mas em movimento, ainda havia um fio insistente deixando um rastro na própria pele, e pingos vermelhos por onde andava. Tinha notado ao entrar naquela ruela em particular, mas havia um cheiro ruim vindo da mesma. E quando finalmente parou para mirar o chão, estava lá. Uma pessoa morta.
Era uma Omega, daquela vez.
Engoliu o resquício de empatia que sentia pelo próprio tipo, já que nada poderia ser feito, naquela instância. O que não mudou o fato de se sentir minimamente mal ao se aproximar do corpo, não sabendo pelo que ela lutava. Se tinha uma inocência cruel, ou se duvidava de algo.
Ajoelhou-se ao lado dela, lentamente. Então, em um movimento súbito, cravou a faca que segurava no torso da garota deitada. Ela não sangraria tanto morta, mas não fazia diferença. Era para espantar aquela sensação. Não podia se deixar distrair, ou divergir com aqueles pensamentos. Deixando a faca de lado alguns segundos, rasgou com a mão boa parte da saia carmesim que ela usava, deixando o suficiente para cobrir somente o necessário da pele alheia. Então, improvisando, fez uma atadura no próprio ombro.
Suspirou profundamente mais uma vez quando terminou, com a dor ainda claramente incomodando os próprios nervos. Mas agora, pelo menos, poderia andar por aí sem sangrar e sem ficar pressionando o ferimento. Retirando a faca do cadáver, se levantou, indo a passos lentos para a ponta do beco que dava para a rua. Checando uma vez para onde tinha que ir de modo que continuasse seguindo para o sul, só não começou nova caminhada por ver alguém na rua.
Nada estava realmente silencioso pra começo de conversa, mas se atentava à pessoas próximas, já que poderiam ser mais policiais. Mas… Não. Era outro Beta, mas não com as fardas costumeiras deles.
Havia algo que inconfundivelmente era uma atadura improvisada no outro, além do rosto sujo de sangue. Os passos eram lentos, também. Não estava em boas condições, mas talvez, talvez se o ser estivesse em piores, poderia usá-lo como refém até chegar no ponto de encontro. Ainda tinha boa parte do caminho a ser andada, e tinha que aproveitar pra ter a vantagem antes de ver mais oficiais.
Não conseguia correr direito. Mas tentou chegar o mais rapidamente possível ao se aproximar do novo refém, já que não poderia fingir inocência com uma faca ensanguentada na mão. Não tinha tanto desgosto de Betas quanto dos Alphas, apesar de não ter problema em matá-los, igualmente. O brilho assassino nos olhos era menor ao rodeá-lo e fazer que nem com a anterior. Faca pressionada ao pescoço alheio, sem espaço pra ele se mexer. — Ande comigo, e você vive. — Barulhos de passos mais apressados ao longe. Tinham que sair de vista rápido. Não importava se ele viveria ou não depois. — Agora.
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Post by kiwi on Feb 13, 2018 17:56:45 GMT
Chiel tinha plena noção do que estava acontecendo, mas em meio à explosão e o caos que os insurgentes haviam desencadeado seus planos de sair do lado de Ambrose falharam. Sem chances de ativar sua máscara e tomar o tempo necessário para esconder suas asas antes de se juntar aos infiltrados, só lhe restara aguardar o desfecho daquela noite que certamente marcaria a história de Edom. Sentia que havia falhado como membro do Alto Escalão; ora, haveria algo mais patético que não poder participar da revolução mesmo sendo um membro do Alto Escalão?
Era o que achava, até que a confusão se tornou tremenda que o Alpha largou seu braço. Foi como se algemas tivessem finalmente se aberto e seus pulsos agora estavam livres, Chiel estava livre para se juntar aos insurgentes e retomar seu lugar em meio o ataque. Omega não seriam mais oprimidos se dependesse de suas ações. Pois embaixo do véu ilusório de felicidade e contentamento era essa a dura verdade; Omegas eram dominados, pois a deusa disse "que assim seja", ëssaht.
Seria Bettenou realmente a causa de toda a injustiça? A deusa os criou, usando seu próprio corpo para tal; onde estaria o sentido em dividi-los de maneira tão desigual?
Saindo de seus devaneios, tomou a correr procurando algum lugar seguro para que pudesse se disfarçar para se mesclar aos demais rebeldes. Não poderia ser visto, o perigo de Ambrose descobrir seu envolvimento era grande, Chiel podia sentir a adrenalina correndo em suas veias somente de pensar em tal. Já sabia as ordens de Marte, só restava segui-las.
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kleiner
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Omega Triste
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Post by kleiner on Feb 13, 2018 21:33:19 GMT
Saindo do templo, Kleiner seguia as ordens de Marte com perfeição, não estava longe da porta do templo, mas não sabia se devia seguir sozinho, de qualquer maneira caminhava em direção a saída e esperava que o grupo do Coelho conseguisse encontrar o documento se não todo esse estardalhaço para nada iria servir, apesar que talvez capturassem o sacerdote omega e com ele a insurgência poderia conseguir bem mais do que agora eles tinham, ou não já que talvez a segurança de Edom aumentasse em torno de todo continente e ficasse mais difícil de agir. Isso só o futuro poderá nos contar, Kleiner enquanto andava pensava sobre isso.
Antes de sair do templo retirou a mascara guardando-a, se estivesse de máscara correria o risco de o reconhecerem como membro da insurgência e esse seria um erro terrível, seguindo para o sul a passos firmes e diretos reparava na quantidade de viaturas e civis que corriam, os primeiros em direção ao templo e os outros indo para o mais longe possível, na verdade ele estava bem feliz em não fazer parte do Alto Escalão estavam realmente muito ferrados!
”Espero que consigam escapar, porque sem o sucesso deles ficaremos totalmente sem opções.“
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Post by Beico on Feb 14, 2018 1:05:18 GMT
Ao sentir a faca ser afastada de seu pescoço, Ahriat abriu os olhos. Respirou fundo como pôde, ainda com dificuldades devido ao peso daquela mulher odiosa sobre suas costas — mas o alívio de ter aquela arma longe de si fora o suficiente para deixá-lo ainda mais ofegante. Seu olhar se cruzou com o de Eos, e pelo mais curto instante foi como se lessem os pensamentos um do outro.
Mas Ahriat sentiu o movimento mais do que o viu.
— Não! — gritou, sua voz engolida pela explosão da bomba.
Foi o toque da mulher em seus quadris, jogando-o por cima de seus ombros, que pareceu retirá-lo de seu estupor. Mais do que a falta de Eos, que a incerteza sobre seu estado — o toque sujo daquele monstro em seu corpo despertou-lhe tamanha repulsa que Ahriat abandonou qualquer racionalidade e começou a debater-se. Ele sentiu como se a criatura mais asquerosa, o demônio mais repugnante o tivesse tocado. Pois Ahriat sentiu o calor do corpo dela, e durante aquele breve contato ele percebeu que ela era, de fato, um ser humano.
De fato, uma assassina.
De fato, uma aberração.
E ele jamais sentira tanto ódio.
Ódio pelas vidas que ela roubara, se não diretamente, com suas ações e sua cumplicidade. Ódio por tudo o que ela devastara, pelas mentiras que ajudara a espalhar. Ódio pelo medo e pela tristeza que ela trouxera àquele mundo, pela destruição que causara naquele dia santo. E, principalmente, ódio por ver nela a ruína de tudo que ele acreditava.
Ahriat gritava e se debatia como podia, mirando chutes e cotoveladas. Gritava palavras como não! e me deixe! e outras ininteligíveis, tentando de alguma forma soltar-se dela para poder fugir. A imagem da faca assombrava cada um de seus movimentos, mas, naquele momento, o Omega se via tão ensandecido pela revolta que tudo o que queria era estar o mais longe daquele monstro quanto possível — nem que ela o matasse por isso.
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Post by ëssaht on Feb 15, 2018 22:54:15 GMT
No momento das explosões, Ambrose e Chiel não estavam juntos. O Alpha tivera que se retirar temporariamente das celebrações minutos antes do início do discurso do Alto Sacerdote Omega devido às suas obrigações como Comandante e, portanto, não fora atingido. Ele não sabia, porém, onde seu marido estava. Uma vez separados em meio àquele pandemônio, Ambrose sabia que não o encontraria novamente tão cedo. Mas aquilo não o preocupava; conhecia seu marido. Sabia que Chiel era muito mais inteligente do que deixava transparecer — morrer por um ataque de rebeldes estaria abaixo demais de seu nariz empinado e olhos de rubi.
Ambrose tinha outras prioridades. Liderando suas tropas, ordenou para que marchassem em direção ao templo e capturassem todos os Insurgentes que conseguissem. A qualquer sinal de perigo, contudo, tinham completa permissão para atirar — dessa vez, com balas reais, que com certeza tomaria os rebeldes de surpresa.
Enquanto dava instruções firmes e urgentes a seus subordinados, o Alpha deparou-se com uma cena que não pôde ignorar. Caída no chão e ferida gravemente, mas ainda respirando em meio a um mar de cadáveres, estava uma pequena Omega de cabelos ruivos. Ambrose ajoelhou-se ao lado dela e pegou-a nos braços, sem se importar com o sangue e poeira que sujavam suas roupas caras.
— Vou tomar conta de você — sussurrou em seu ouvido, embalando-a gentilmente e segurando sua cabeça com atenção especial contra seu peito. Ergueu-se com a mulher nos braços e gritou ordens para que seus soldados localizassem os médicos mais próximos.
Assim, Caterinne foi deixada sob o cuidado de paramédicos dentro de uma pequena ambulância postada perto do Templo. Após se certificar de que ela ficaria bem, Ambrose tornou-se novamente para seus soldados, que cercavam o Templo e avançavam para seu interior.
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alistois
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Alistois screams for help
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Post by alistois on Feb 16, 2018 1:06:47 GMT
Chegar no templo não fora um problema, não havia ninguém nas ruas e nada que pudesse impedir. Não conseguira fazer ligação direta no carro lá atrás, então pôs se a correr. Quando lá chegou e viu tantos guardas a cercar o templo. Apenas agora, nesse exato momento, agradeceu por ser um Omega, pois seus passos eram silenciosos e graciosos o bastante para não atrair atenção. Porém, seus hormônios logo seriam um problema pra sua furtividade.
Decidiu enviar uma mensagem para aqueles que lhe pudessem ouvir:
"Olá, alguém pode me ouvir daí de dentro? Vou ajudá-los."
Mas como? Não havia como lutar contra ninguém, não possuía tal força, e distração não era a melhor opção. Olhando ao seu redor, Alistois achou sua salvação. Bem ali, escondida dos olhares dos guardas e perto o suficiente para uma escapada. Bendita Ambulância!
"Vou roubar a ambulância, mas, preciso que todos estejam na saída. Não temos tempo e assim que eu estiver pronto, vocês têm que sair. E já aviso: Não esperarei por ninguém."
Por mais que fosse duro dizer tais coisas, Alistois sabia que estava certo. Não poderia comprometer aquela missão - que mais parecia uma loucura - para esperar os atrasados. Todo minuto é importante, tudo altera qualquer fim que terão. E ele tem que acreditar que o não terá um fim. Apostando em seus passos leves, andou rapidamente para perto da ambulância, escondendo-se em pilares e tentando respirar corretamente. A atenção estava em todos os guardas ali presentes. E aí, Ambrose saiu. O seu doce cheiro estava quase perdido, já que o cheiro do sangue estava bem forte. Ele acabara de colocar alguém na ambulância, mas quem? Não importava, agora era refém.
Alistois correu assim que Ambrose se afastou, suas pernas bambas por medo e entusiasmo. A presença de Ambrose sempre seria o suficiente para levá-lo ao que seria o "padrão" omega. E era por isso que lutava contra com tudo o que tinha.
Ao chegar na ambulância, certificou-se de que ninguém o havia percebido, e parecia que não, já que a atenção estava para os terroristas no templo. Alistois abaixou-se e começou a engatinhar, indo para a porta do passageiro ao invés do motorista, achando que assim poderia entrar despercebido. Abriu a porta e adentrou, respirando devagar. E aí descobriu outra presença além da vítima. Ótimo. Em suas vestimentas, acoplada em sua perna, estava uma faca. Mas não queria usá-la. Não seria preciso usá-la.
Respirou fundo.
Precisava usá-la.
Não demorou em suas ações, pulou para detrás do carro, pressionou a mão contra a boca do outro e enfiou a faca em seu pescoço, pressionando até que parasse de se remexer. Não retirou a faca, temendo que se o fizesse o sangue iria jorrar mais do que já estava. E ele já parou de se mexer também. Não faltava muito mais. A adrenalina que percorreu o seu corpo fora o suficiente para que pudesse gritar em sua máscara:
"AGORA!"
Com as mãos cheias de sangue servindo-lhe como adorno para completar seu visual omega, Alistois tomou o volante e atropelou seu caminho até a frente da Catedral, correndo para trás para abrir as portas de trás para que os Insurgentes pudessem entrar.
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caterinne
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Omega Triste
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Post by caterinne on Mar 10, 2018 18:49:17 GMT
A N T E S D O R O U B O D A A M B U L Â N C I A
Caterinne gemia de dor tentou se levantar, mas não conseguia. Ao movimentar seu pescoço para ver o que estava acontecendo esse simples movimento fez a dor se intensificar, mas a curiosidade dela falava mais alto, não compreendia o que estava acontecendo, mas sentia cheiro de sangue um odor horrível, ocre e enjoativo, jamais esteve numa condição como essa.
Antes que pudesse fazer o esforço de observar ao redor, um homem com cabelos compridos que aparentemente trajava o uniforme das forças armadas se aproximou, sua visão estava embaçada provavelmente pelas bombas de gás explodidas, ele pegou-a em seu colo e Caterinne ouviu-o sussurrar: — Vou tomar conta de você. — Encarando seus olhos a garota se escorou em seu peito, sentindo que tudo agora iria ficar bem, queria agradecê-lo, mas as palavras não saíram, ouviu o homem gritar ordens para alguns soldados e foi levada para uma ambulância que estava próxima ao templo.
Lá os paramédicos viram que não seria fácil o corpo de Caterinne sofria queimaduras e pelo o que puderam avaliar rapidamente não chegavam a ser graves como as de terceiro grau, a primeira coisa que fizeram foi resfriar as lesões com água, um pouco da dor reduzia a cada momento, os outros procedimentos a garota não lembrava, tudo o que pôde perceber era a quantidade de paramédicos que chegavam e iam.
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ëssádica
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ALPHA BOM É ALPHA MORTO
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Post by ëssádica on Mar 14, 2018 16:37:38 GMT
A situação se deteriorou rapidamente, e a infiltrada logo se encontrou incapaz de fugir, presa na catedral cercada de policiais com a ordem de atirar para matá-la e o equivalente a uma criança birrenta se debatendo em seu ombro já machucado, gritando em seu ouvido e impedindo qualquer pensamento coerente.
Dizer que ela estava com raiva seria um eufemismo.
Naquele momento, gritos e sons de tiro ecoando por seus ouvidos e sua morte iminente logo atrás das grandes portas da catedral, Ren deixou-se levar pela raiva; ela tirou o sacerdote de seu ombro, encurralando o homem contra a pilastra mais próxima, pressionando seu pescoço fino e pálido contra a pedra com seu braço.
- Você vai ficar quieto. - Sua voz ecoou, pesada e robótica, e ela aplicou mais força na garganta do pobre homem enquanto sua outra mão encontrou a adaga, puxando-a sem cerimônia e pressionando o fio da lâmina contra o estômago exposto do sacerdote. - Eu posso não sair viva, mas ninguém vai aparecer pra te salvar se você não calar a porra dessa boca--
Ela interrompeu-se, sua postura enrijecendo por um curto momento quando o rádio em sua máscara veio à vida novamente. A infiltrada encarou Ahri através da máscara por um, dois segundos, antes de guardar a adaga e lentamente aliviar a pressão na traqueira do sacerdote sem realmente libertá-lo.
- Nós vamos sair daqui. Não se mexa, não tente nada, ou eles vão atirar e matar nós dois.
Ren não esperou uma resposta antes de rudemente jogá-lo sobre seu ombro novamente, correndo em direção à saída - Ela não teve que esperar muito antes de ouvir os gritos dos soldados e o som de pneus de carro se aproximando, um riso histérico borbulhando em sua garganta quando as choros de dor os homens atropelados alcançaram seus ouvidos.
"Agora!"
E ela correu, saindo de seu precário esconderijo dentro da catedral e atravessando a curta distância entre os portões e a ambulância roubada, jogando o sacerdote entro do veículo antes de entrar ela mesma.
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Katura
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XX
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Post by Katura on Apr 8, 2018 3:33:18 GMT
As estrelas adornavam o céu noturno como os adereços que enfeitavam os longos cabelos das diversas pessoas que chegavam com sorrisos estampados no rosto para celebrar a Última Luz. Era de fato uma linda noite, como se a própria Deusa celebrasse a vida e sua mais bela criação, Omega. A mais bela e mais injustiçada de suas criações. Estaria a noite tão reluzente como forma de transparecer a aprovação dEla pelas mudanças buscadas com as ações que seriam tomadas naquela noite?
Era o que Katura se questionava ao observar todos de longe, prostrada no topo de uma árvore, focalizando os rostos, conhecidos ou não, através de seu binóculos. Suas roupas, tingidas de um mesclado e escuro tom de verde, a ajudavam a se esconder entre as folhas da árvore, e apenas o lenço em seu pescoço divergia da coloração que cobria todo o seu corpo.
Embora desejasse estar entre as pessoas que podia ver somente através das lentes, sua posição era a mais sensata para o plano. Não seria tão fácil esconder de todos um rosto que fora tão divulgado pela mídia e procurado pela polícia nos últimos meses, e caso fosse reconhecida, poria toda a estratégia da noite em risco.
De longe ela acompanhava os passos de alguns membros da Insurgência, a felicidade dos jovens e a fé de todos que estavam lá a rezar e homenagear a Deusa, porém sempre atenta à qualquer movimentação que se aproximasse dos bosques sagrados, onde ela se encontrava. A alguns metros para trás de sua posição estavam escondidos os planadores da Insurgência, que não poderiam, em hipótese alguma, ser descobertos e perdidos. E justamente por esse motivo que ela estava lá, para impedir, a qualquer custo, que aqueles que não pertencessem ao movimento se aproximassem dos automóveis.
Ela observou enquanto o Alto Sacerdote Ômega se dirigia à multidão, e tirou um momento para contemplar o céu. Colocando a mão em seu lenço azul ela fechou os olhos e rezou pedindo a proteção de Bettenou para aqueles que, naquela noite, estavam colocando suas vidas em risco para tentar livrar Omega da opressão Alpha. ëssaht.
O sinal foi dado. Em instantes as proximidades do Templo se coloriram de tons amarelo-alaranjados e vermelhos. As explosões, os gritos e o tumulto dos civis em desespero. Tudo acontecia rápido demais, fazendo com que fosse difícil acompanhar os acontecimentos estando tão distante.
"Estou com a Sacerdotisa Beta. Ela está ferida. Peço um ponto de encontro para que já possa ir levando-a até lá. Além disso, gostaria de ficar de guarda dela ao voltar. Alguém na escuta?"
“Dirijam-se para a região sul da cidade, para os bosques sagrados.”
Ao ouvir essas palavras pelo seu telecomunicador, Katura se apressou em localizar Li-He nos arredores do Templo e pouco depois, conseguiu encontrá-la acompanhada de duas outras mulheres. Os olhos dela acompanhariam as três até que chegassem nos bosques, para certificar que não seriam seguidas. Porém, logo ao vislumbrar o posicionamento das três ela pode ver que o deslocamento delas fora interrompido por uma rajada de tiros, seguida de uma temida informação, passada pelos telecomunicadores, que todos gostariam que não passassem de boatos: a polícia estava utilizando balas reais, e atirando para matar.
“Recuem!”
Ao ver Li-He cair no chão, sem seguir imediatamente as ordens de Marte e recuar, Katura se apressou em guardar seu binóculos e avançar entre os galhos das árvores em direção ao Templo. Elas precisavam sair da linha de tiro, precisavam de ajuda. Ela precisava ajudá-las.
Com movimentos leves e ágeis não demorou muito para que Katura cruzasse a parte dos bosques sagrados que estavam à sua frente e chegasse às ruas da ilha. A cada árvore nova que alcançava seus olhos procuravam, por todos os lados, uma maneira eficiente de fugir do local assim que encontrasse Li-He, e ao avistar a solução um pouco adiante, um pequeno sorriso se esboçou em seu rosto até então enrijecido pelo nervosismo.
Ao se posicionar perto o suficiente, Katura se lançou em direção a um planador que estava estacionado na guia bem a tempo de segurar a porta do motorista, que se preparava para dar a partida e deixar a ilha. Enquanto abria a porta com uma mão, a outra rapidamente posicionou uma faca no pescoço do Alpha que a encarava extremamente assustado.
— Saia do carro. Agora. — Sua voz soava autoritária e demandava urgência, sem um pingo de hesitação. Após sair de seu estupor, o Alpha lentamente desceu do planador, e com a Omega atrás de si, ainda pressionando a faca em seu pescoço, ele ouviu ao pé do seu ouvido. — Me entregue a chave e você pode ir.
Katura colocava cada vez mais pressão na faca para que ele se apressasse. E tão logo ela tomou posse da chave, com um movimento rápido ela cravou a faca no pescoço do Alpha e entrou no veículo. Enquanto se afastava ela podia ver, através do espelho, o corpo que se transformava em uma grande mancha de sangue.
— Li-He, estou em posse de um planador e indo em sua direção. Não vou demorar. — A distância se tornara muito menor devido à velocidade do planador, e enquanto passava pelas ruas ela olhava rapidamente as pessoas que passavam, na tentativa esperançosa de encontrar mais alguém que pudesse levar no automóvel, mas o Templo estava cada vez mais perto, e assim que encontrasse as três mulheres teria que sair rapidamente da ilha. — Li-He?
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Post by Li-He Zheijián on Apr 8, 2018 18:49:35 GMT
Um som me despertava repentinamente. Estava tudo muito confuso, assim como dolorido. A primeira coisa que fazia era abrir os olhos, e de cara já sabia que a situação não estava boa, não só pela mancha de sangue que se espalhava no chão, mas também por um de meus olhos não estar funcionado, além de uma dor excruciante na lateral esquerda de minha cabeça. Guiava com muita calma sua mão até a lateral esquerda do rosto, e com o dedo indicador, tocava o local, que rapidamente queimava em dor, e a fazia tirar a mão dali, e a resposta era clara, um corte estava aberto em seu rosto.
Tentava se levantar, mas uma tontura repentina me invadia e me fazia voltar para o chão. Por sorte, Eva estava ao meu lado, e me ajudava a levantar para apoiar pelo menos as minhas costas em uma pedra próxima. Estávamos no meio de uma mato, e assim como nós, o corpo da Sacerdotisa Beta ainda estava lá, desmaiada. A primeira coisa que fazia ao me estabilizar era ver se ainda estava com os leques, e para minha tristeza, os dois se perderam em meio aquela confusão. Além disso, uma dúvida pairava sobre mim, pois não conseguia lembrar de nada do que havia acontecido, apenas no momento em que as bombas do Coelho explodiam o local. Bufava, um tanto contrariada por ter perdido os leques, mas precisava tentar me salvar dali, então usava minhas unhas para rasgar o delicado tecido do kimono no meu braço direito até o ombro, e então o utilizava para fazer uma bandana e cobrir e tentar estancar o sangramento, que novamente voltava a arder com o toque do pano, e me fazia ranger os dentes.
Como num estalo repentino, uma voz do além chamava por Li-He pelo comunicador, a voz de Katura, que vinha como um anjo profético nesse momento de caos, e lhe indagava sobre o seu local. Com alguns simples toque no Smartphone, enviava minha localização para Katura vir me buscar. Um sentimento de gratidão me enchia por dentro, era como se fosse uma memória, que voltava e enchia meu corpo trêmulo de esperança, era algo como ëssaht.
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kleiner
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Omega Triste
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Post by kleiner on Apr 8, 2018 19:43:37 GMT
Caminhava sem algo interessante acontecendo, até ouvir um rádio soar quase inaudível: Li-He ... Perto dele havia uma mulher japonesa que parecia estar com uma ferida no rosto, pôde ver também a Sacerdote Beta Imilia provavelmente desmaiada, já tinha conosco uma bela vantagem se tudo desse certo no nosso caminho e outra mulher de cabelos castanhos que parecia um pouco perdida.
Resolveu se aproximar e colocou novamente sua máscara. — Bem estamos em apuros por aqui, mas acho melhor darmos o fora e rápido! Consegue andar? — Perguntou à moça japonesa que parecia sentir muita dor, a garota de cabelos castanhos ajudava Li-He a se apoiar. — Pressione bastante. — Apontava para o que parecia algum tecido que ela arrancara de seu quimono. — Isso vai evitar a hemorragia e ajudar a criar um coágulo sanguíneo. O que é que você aprontou? Belas aventuras vocês viveram heim! — Falou sarcasticamente.
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